Marinha na Madeira deve “contribuir para que Portugal use o mar”
Representante da República para a RAM nas comemorações dos 100 anos do Farol da Ponta do Pargo
Porque “para quem anda no mar sabe que sem faróis a sua vida estaria em risco permanente, pois a navegação transformar-se-ia num perigo constante”, Ireneu Barreto destacou a preciosa ajuda dos faróis a todos os que andam no mar, na alocução proferida na cerimónia de comemoração dos 100 anos do Farol da Ponta do Pargo.
No extremo Oeste da Madeira, aproveitou para reafirmar que “as Forças Armadas são credoras da maior gratidão e respeito da nossa Comunidade, e é inequívoco que a Marinha ocupa um lugar particular na História e no coração de todos nós”. Dito isto, acrescentou que “fruto da nossa natureza insular, ultraperiférica e arquipelágica, foi a Marinha Portuguesa quem assegurou, ao longo dos anos e em todas as circunstâncias, a defesa destas ilhas, a sua ligação com o Mundo e a comunicação entre os vários espaços insulares que integram a Região Autónoma, e é a Marinha que continua hoje a ajudar a garantir a soberania nacional sobre todo o nosso território, a segurança nos nossos mares e o auxílio às embarcações que cruzam as nossas águas”, disse.
Convicto que o futuro trará “ainda mais responsabilidades à nossa Marinha”, nomeadamente “na preservação do meio marinho, no combate à poluição, na protecção do património cultural subaquático”, O Representante da República para a RAM sustentou que neste tempo da ‘economia do mar’ e “na plena assunção do destino atlântico de Portugal, é preciso reconhecer que sem soberania não há pleno aproveitamento dos recursos marítimos”.
Argumentos para concluir que “neste pequeno território insular que o Atlântico tornou imenso, a Marinha terá um papel decisivo na defesa desse mesmo valor ao fazer por cumprir todos os dias a sua missão fundamental, de contribuir para que Portugal use o mar”, concretizou.
“Pelo que foi feito, e pelo que continuarão a fazer em prol da defesa da soberania nacional e da segurança no nosso imenso espaço marítimo, permitindo a esta Região e ao nosso País o pleno aproveitamento do recurso natural que, estou certo, marcará o nosso futuro colectivo – o Mar”, concretizou.
Antes, expressou gratidão por estar a comemorar o centenário do Farol da Ponta do Pargo, local “onde o sul e o norte da Ilha se encontram, protege e orienta todos os navegadores que cruzam o Atlântico e a nossa costa desde o dealbar do século XX”. E enalteceu que “em boa hora” o Almirante Chefe do Estado Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, tenha decidido vir à Madeira “marcar este aniversário, que celebra a pedra e a luz, mas também o esforço e o sacrifício de tantos homens que, neste e noutros faróis, trabalharam e viveram, tantas vezes longe da família durante semanas, em verdadeiras ilhas dentro da ilha”.
Com memória da primeira visita, quando ainda criança, pela mão do pai, Ireneu Barreto visitou pela primeira vez um farol, que “por se encontrar num dos locais mais emblemáticos da Região” é actualmente “um dos mais visitados de todo o Portugal”, lembrou, dando nota das “muitas vezes” que, entretanto, passou a visitar.