“Objectivo é reter todos os formandos em medicina”, diz Pedro Ramos
Secretário Regional de Saúde marcou presença na primeira cerimónia da ‘Bata Branca’ da Universidade da Madeira
Decorreu, ontem, um “momento histórico” na Universidade da Madeira, com a primeira cerimónia da ‘Bata Branca’, em que 20 alunos do Curso Ciclo Básico do Mestrado em Medicina assinalam a transição dos anos clínicos para uma nova etapa de formação, onde os futuros médicos passam a lidar com os doentes em ambiente clínico.
Esta fase de transição é muito importante, porque constitui uma primeira porta de entrada dos novos médicos no Serviço Regional de Saúde, e estes têm a particularidade especial de participar activamente na transição do Hospital Dr. Nélio Mendonça para o novo Hospital da Madeira, que cada vez mais tem uma componente universitária, e onde a ligação entre a universidade e a assistência clínica será uma realidade cada vez mais gritante.
Pedro Ramos, secretário Regional de Saúde e Protecção Civil
Segundo Pedro Ramos, o objectivo “é absorver todos os formandos, e a análise que temos feito permite ver que, dos 573 alunos que já passaram aqui pela Madeira, todos os anos entre 20% a 40% ficam connosco, porque já têm conhecimento do Sistema Regional de Saúde, e também pela qualidade do mesmo.” Qualidade que, destaca, “finalmente será reconhecida pela atribuição da Ordem de Mérito pelo Presidente da República, a 10 de Junho de 2022.”
Nesta tarde, no Campus da Penteada da Universidade da Madeira, e nesta transição de 20 alunos de medicina para uma nova etapa de formação, esteve em foco a relação médico-doente, um tema que Pedro Ramos considera da maior importância.
É um tema importante porque caracteriza a humanização do acto de saúde. A relação médico-doente não é imediata, é uma relação que se constrói com o tempo. Lembro-me que o João Lobo Antunes, um dos principais obreiros pela concretização na UMa do Ciclo Básico de Medicina, dizia que que, em 2012, o médico não tinha tempo de falar com o doente, que interrompia o doente ao fim de 18 segundos. As novas tecnologias que estão à nossa disposição poderiam perigar esta relação médico-doente, mas é preciso ver que esta nova tecnologia está na posse de ambos – médico e doente – e julgo que vai ser um bom adjuvante para cimentar e aumentar a humanização neste novo mundo da transição digital. Pedro Ramos, secretário Regional de Saúde e Protecção Civil