Existe alguém diferente como eu?
Não conheço de todo a realidade nas escolas, nem se ainda são dadas as célebres aulas de Educação Sexual, mas gostaria de relembrar a importância de uma educação para a Sexualidade inclusiva.
Quanto maior o conhecimento sobre as temáticas, menos será instalado o preconceito, a desinformação e/ou informação errónea e as práticas de violência para com o desconhecido.
A Sexualidade e a sua diversidade, muitas vezes são castradas e criticadas por instalar um clima de tabu e terror, baseados na desinformação e em convicções que impendem de ver o outro lado da moeda. Para muitos é complicado aceitar que existem diferentes realidades e várias formas de nos amarmos e amarmos o outro.
Então, vamos lá esclarecer alguns pontos e esclarecer conceitos.
O que é o nosso Sexo? Quando preenchemos um formulário com a questão sexo - a maior parte das vezes são apresentadas duas opções masculino - feminino. Como optar pela opção “correta”? Através do sexo que nos foi atribuído à nascença com base nos genitais, gónadas, cromossomas etc., tudo uma questão biológica. Antes de nascermos já nos é atribuído o sexo. Mas como nada na vida é linear, existem exceções, alterações biológicas que nos deixam na dúvida - como os casos Afrodite.
Outro conceito que gera dúvidas é o Género. O género é uma construção social, quer isto dizer que influência na sociedade tudo o que representa ser o género feminino e masculino e por norma ficamos assim. Mas não, o género é composto por várias variáveis como o nosso comportamento, identidade, vestuário, fala, educação e expressão; e existem diversos géneros com os quais nos podemos identificar. E a magia está no facto, em que o género com o qual nos reconhecemos possa estar ou não em conformidade com o sexo diagnosticado à nascença. E tudo bem! Celebramos a diversidade e o amor próprio. Parece complicado, mas é mais simples do que parece.
Outro conceito complexo é a Identidade. A maior parte reconhece o termo identidade como a forma que nos sentimos e nos afirmamos, na sexualidade é a mesma coisa, mas a escolha não passa por ser homem ou mulher. Existem diversas identidades de género e cada vez são mais exploradas e apresentadas como tentativa de diminuir a desinformação como: two-spirit, agénero, genderqueer e não-binário. São diferentes formas de identificação e representação de género na sociedade. Curios@? É um bom momento para pesquisar mais sobre o tema.
E porque nós não dependemos da nossa expressão de género, aparência e sexo, somos muito mais do que isso! Não precisamos de todo de procurar um rótulo para tudo o que sentimos ou para todas as fases que passamos. Precisamos sim, de amor próprio, compreensão, partilha de dúvidas e ajuda.
No fim, continuamos a ser todos pessoas, diferentes, como noutros campos da vida. E a beleza está na diversidade e na sua harmonia. Porque no fim, queremos todos ser felizes, amar e ser amados. E se não quisermos estes três pontos, também está tudo bem! Vamos investir na educação para uma sexualidade saudável!