Uma pessoa indiciada e nove em investigação no caso do naufrágio no Canal da Mancha
Uma pessoa foi indiciada e outras nove serão hoje presentes a um tribunal de instrução em França na sequência de um naufrágio no Canal da Mancha ocorrido em novembro de 2021 que provocou 27 mortos, disse uma fonte judicial.
Um total de 15 pessoas - 13 homens e duas mulheres -- foram detidas no domingo e na segunda-feira, segundo a mesma fonte hoje citada pela agência de notícias francesa AFP, confirmando informações do jornal Le Parisien e da emissora RTL.
Cinco foram libertadas sem acusação nesta fase.
Uma delas foi indiciada na quarta-feira na investigação judicial aberta em dezembro, no tribunal de Paris, nomeadamente por homicídio e ferimentos involuntários, por colocar outras pessoas em perigo e por ajudar a entrada e permanência de cidadãos estrangeiros em França no âmbito de um grupo criminoso organizado.
Esta pessoa em questão ficou em prisão preventiva à espera de acusação.
Os outros nove detidos vão ser apresentados a um juiz de instrução, também com vista a uma acusação.
Vinte e sete migrantes, com idades entre os 7 e os 46 anos, morreram, em 24 de novembro do ano passado, no naufrágio de um barco insuflável em Calais, no norte de França, quando tentavam chegar ao Reino Unido.
Entre as vítimas constavam 16 curdos do Iraque, um curdo do Irão, quatro afegãos, três etíopes, um somali, um egípcio e um vietnamita.
Apenas dois homens, um curdo iraquiano e um sudanês, foram resgatados.
Este naufrágio, o mais mortífero desde que os migrantes começaram a recorrer de forma massiva à travessia do Canal da Mancha para alcançar as costas britânicas, reacendeu as tensões entre a França e o Reino Unido.