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PCP diz que há uma "grande descoordenação" e que Governo está fragilizado

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Foto MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O PCP considerou hoje que a decisão do primeiro-ministro de determinar ao Ministério das Infraestruturas a revogação do despacho que propunha a solução Montijo/Alcochete para o novo aeroporto de Lisboa demonstra "uma grande descoordenação" no Governo.

"Há uma grande descoordenação e há um aspeto ainda maior do que este. [A decisão do primeiro-ministro] revela a fragilização do Governo relativamente às posições que tem assumido sobre a construção do novo aeroporto", respondeu a líder parlamentar comunista, Paula Santos, quando questionada sobre o despacho do Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a dirigente comunista recusou comentar se Pedro Nuno Santos tem condições para continuar a exercer funções, argumentando que, "mais do que caras", o que importa são as opções feitas pelo Governo em relação ao futuro aeroporto.

"Pode sair um ministro, pode entrar um novo ministro. A questão que importa é: qual é que é a opção do Governo? O que é que impede o Governo de avançar com a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete?", interrogou Paula Santos.

Na ótica do PCP a única "solução que tem uma perspetiva de futuro" e que "permite o desenvolvimento do país" é a transferência faseada do Aeroporto Humberto Delgado para o Campo de Tiro de Alcochete.

A líder da bancada comunista escudou esta solução nas audições feitas na semana passada no parlamento ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), a uma plataforma cívica, à Ordem dos Engenheiros e à Ordem dos Economistas.

"Adiar esta decisão é prejudicial para o país", completou.

O primeiro-ministro determinou hoje a revogação do despacho publicado na quinta-feira sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa e reafirmou que quer uma negociação e consenso com a oposição sobre esta matéria, dá conta um comunicado hoje divulgado pelo gabinete de António Costa.

No comunicado, o primeiro-ministro "reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação previa ao Presidente da República".

"Compete ao primeiro-ministro garantir a unidade, credibilidade e colegialidade da ação governativa. O primeiro-ministro procederá, assim que seja possível, à audição do líder do PSD que iniciará funções este fim de semana para definir o procedimento adequado a uma decisão nacional, política, técnica, ambiental e economicamente sustentada", acrescenta-se no comunicado.