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Cinco combatentes da Al-Shabab mortos em ataque aéreo dos EUA

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Cinco combatentes do grupo extremista islâmico Al-Shabab morreram hoje num ataque aéreo dos EUA na Somália, o primeiro desde que o Presidente Joe Biden aprovou o envio de centenas de soldados em 16 de maio, confirmou o governo somali.

"Cinco terroristas do Al-Shabab foram mortos em combate e nenhum civil foi morto ou ferido, dada a natureza remota do local onde ocorreu o confronto", disse o Ministério da Informação, Cultura e Turismo da Somália em comunicado na rede social Twitter.

O ataque foi lançado "em coordenação" com o executivo somali depois de o grupo extremista ter atacado "forças associadas" perto da cidade de Beer Xaani, na região de Baixo Juba (extremo sul).

Os Estados Unidos estão envolvidos em operações militares contra o Al-Shabab na Somália desde pelo menos 2007.

A partir de 2017, os ataques aéreos dos EUA neste país do Corno de África aumentaram significativamente e, até ao final de 2020, o governo do então Presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a retirada de cerca de 750 soldados norte-americanos.

No entanto, o sucessor de Trump na Casa Branca, Joe Biden, ordenou em 16 de maio a redistribuição de centenas de soldados para a Somália para combater a milícia extremista de forma mais eficaz.

Um alto funcionário da Casa Branca disse que o número de tropas americanas a serem mobilizadas seria "inferior a 500".

A Human Rights Watch (HRW), outros grupos de direitos humanos e a imprensa já documentaram "perda substancial de vidas civis em ataques aéreos dos EUA e durante operações conjuntas, incluindo ataques que eram aparentes violações das leis da guerra", alertou aquela organização não-governamental no final de maio.

"As autoridades dos EUA devem ser muito claras sobre como as suas forças evitarão atingir civis somalis durante as operações militares", disse a diretora do HRW para o Corno de África, Laetitia Bader, em comunicado.

A Al-Shabab, grupo que se juntou à rede Al-Qaida em 2012, leva a cabo com regularidade ataques na capital somali, Mogadíscio, e em outras partes do país para derrubar o governo central e estabelecer pela força um Estado Islâmico Wahhabi (ultraconservador).

A Somália vive um conflito armado desde o derrube do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, que deixou o país sem um governo eficaz e à mercê de senhores da guerra e milícias islâmicas, o que levou especialistas a considerá-la um Estado falhado.