O presidente da Associaçao de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM) diz que o município de Santa Cruz está a tentar "denegrir a imagem da AMRAM".

Em causa está o facto de o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Filipe Sousa, ter ameaçado sair daquela associação por considerar que esta “não tem desenvolvido o papel essencial que poderia ter” naqueles que considera que são os interesses comuns das autarquias.

"Os municípios são livres de tomar as decisões que entenderem, mas acho que é uma decisão que não faz qualquer sentido, até porque nós vamos dar a conhecer o verdadeiro custo/benefício de estar associados à AMRAM. Aquilo que o município de Santa Cruz está a tentar fazer é denegrir a imagem da AMARAM, uma atitude que acho lamentável", referiu hoje à margem da inauguração da exposição ‘Livros Inquietamente Ilustrados’, na Câmara Municipal do Funchal.

Calado disse ainda que é esta "uma enorme falta de respeito para com os anteriores presidentes" e também para com "os profissionais que trabalham diariamente" com a Associaçao de Municípios da Região Autónoma da Madeira.

Para o presidente da AMRAM, se Filipe Sousa "não está satisfeito, que saia".

"Se ele não está bem, que saia. As atitudes ficam para quem as pratica e, naturalmente, que o povo irá saber interpretar, e muito bem, as razões pelas quais pretende sair".

Calado acusou ainda o presidente da autarquia de Santa Cruz de querer "protagonismo" e aparecer na comunicação social.

"Se é uma questão de protagonismo, há muita forma de o ganhar sem ser assim. Se é uma questão de aparecer nos telejornais ou nos jornais, penso que o problema é mais do presidente da Câmara de Santa Cruz do que propriamente dos municípios que estão dentro da AMRAM. Todos os municípios, durante anos e anos, foram largamente beneficiados por muitas situações que foram feitas e construídas através da AMRAM", concluiu.

Já sobre a exposição ‘Livros Inquietamente Ilustrados’, da autoria de Lucinda da Conceição Sá Dias Braz Moura, que está inserida na 48.ª edição da Feira do Livro do Funchal, disse que esta veio dar vida a um dos corredores da autarquia funchalense. Aliás, segundo Pedro Calado, um dos objectivos é realizar exposições nos "espaços mortos" da Câmara Municipal do Funchal (CMF), que diariamente são visitados por centenas de pessoas.

A partir de agora, os artistas que estejam interessados em expor os seus trabalhos na CMF, podem contactar o departamento de cultura. 

Há outros espaços da câmara, onde vamos fazer mais exposições deste género, um deles é o hall de entrada, que será alvo de uma pequena adaptação e que será transformado numa galeria de arte, para que os artistas possam ter a oportunidade de expor os seus trabalhos”, adiantou o presidente da CMF.

Nesta exposição, Lucinda Braz Moura apresenta 19 quadros de homenagem a alguns autores que estiveram presentes nas edições anteriores da Feira do Livro do Funchal, fazendo referência a alguns livros.

"Gosto de transpor para uma tela tudo aquilo que me ficou do livro. Faço os meus apontamentos e aplicando várias técnicas vou reproduzindo aquilo que, para mim, faz sentido", explicou. 

A mostra estará patente ao público até ao início de Setembro.