A Guerra Mundo

Cronologia dos 100 dias de uma guerra ainda sem fim à vista

Foto André Luís Alves/Global Imagens
Foto André Luís Alves/Global Imagens

A guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em 24 de fevereiro, totaliza hoje 100 dias, sem que haja qualquer perspetiva de terminar em breve.

O conflito provocou milhões de refugiados e um número ainda por determinar de mortos e feridos, que a ONU diz que será elevado, além da destruição de muitas cidades ucranianas.

Cronologia dos principais acontecimentos relacionados com a guerra na Ucrânia, com base nas notícias da Lusa e das principais agências internacionais:

24 de fevereiro

Rússia invade a Ucrânia para a "desmilitarizar e desnazificar".

Guerra começa com ataques de mísseis e incursões terrestres em direção a Kiev, Kherson e Mariupol.

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fala por videoconferência com os líderes da União Europeia (UE), que se reúnem de emergência.

 25 de fevereiro

Zelensky divulga um vídeo para mostrar que permanece em Kiev e que não aceitou uma oferta dos Estados Unidos para sair do país.

 26 de fevereiro

Presidente russo, Vladimir Putin, lembra ao Ocidente que a Rússia possui armas nucleares.

Chanceler alemão, Olaf Scholz, anuncia envio de armamento alemão para a Ucrânia.

28 de fevereiro

Ucrânia e Rússia iniciam negociações na Bielorrússia.

Zelensky pede à UE integração rápida do país.

UE aprova apoio de 1.500 milhões de euros em armamento para a Ucrânia.

 02 de março

Forças russas cercam cidade portuária de Mariupol e assumem o controlo de Kherson, a segunda cidade ucraniana.

Número de pessoas em fuga para países vizinhos aproxima-se de um milhão.

Assembleia-Geral da ONU exige à Rússia fim da ofensiva numa resolução apoiada por 141 dos 193 Estados-membros, mas sem caráter vinculativo.

04 de março

Rússia ataca maior central nuclear da Europa, Zaporijia, e cinco dias depois assume o controlo da de Chernobyl.

05 de março

Zelensky critica NATO por não impor zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia.

06 de março

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pede cessar-fogo imediato a Putin.

07 de março

Na terceira ronda de negociações, Rússia exige uma Ucrânia neutra, e o reconhecimento da independência do Donbass e da soberania russa na Crimeia.

Estados Unidos e Reino Unido anunciam embargo ao gás e petróleo russo.

09 de março

Ataque russo à maternidade de Mariupol causa indignação internacional.

11 de março

Coluna militar russa com 60 quilómetros de extensão avança para Kiev.

Ucrânia ataca coluna de tanques russos perto da capital.

13 de março

Rússia ataca base ucraniana a 20 quilómetros da fronteira polaca.

16 de março

Mísseis russos atingem um teatro no centro de Mariupol, onde centenas de pessoas se tinham refugiado.

Conselho da Europa expulsa a Rússia.

Zelensky lembra ataques de Pearl Harbor e do 11 de setembro para pedir ajuda dos Estados Unidos, numa intervenção por vídeo no congresso norte-americano.

18 de março

Numa entrevista à Lusa e à RTP em Kiev, ex-Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, diz que o mundo subestimou a capacidade das forças ucranianas.

22 de março

Divulgadas informações de que coluna militar russa que se dirigia para Kiev suspendeu a marcha.

24 de março

Zelensky pede "assistência militar sem restrições" à NATO, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, responde que a aliança ajuda como pode.

26 de março

Em Varsóvia, Biden chama "carniceiro" a Putin e diz que o líder russo "não pode permanecer no poder".

29 de março

Moscovo anuncia redução de ataques na região da capital ucraniana para facilitar um acordo com Kiev.

Ucrânia aceita neutralidade e renúncia à NATO, na condição de que a sua segurança seja assegurada por outros países em caso de agressão russa.

31 de março

NATO diz que tropas russas não estão a retirar-se, mas a reagrupar-se no leste.

02 de abril

Ucrânia anuncia controlar região de Kiev após retirada das forças russas.

Descoberta de centenas de cadáveres nas ruas e em valas comuns em Bucha, na periferia de Kiev, provoca a indignação internacional contra Moscovo, que nega acusações.

05 de abril

À semelhança de outros países, Portugal expulsa 10 funcionários da embaixada da Rússia em Lisboa.

07 de abril

ONU suspende Rússia do Conselho dos Direitos Humanos.

08 de abril

Mísseis russos matam 52 pessoas na estação ferroviária de Kramatorsk (leste), onde civis tentavam fugir da guerra.

Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reúne-se com Zelensky em Kiev.

UE aprova embargo à importação de carvão russo.

13 de abril

ONU alerta que a guerra deixa 1.700 milhões de pessoas expostas à falta de alimentos e energia.

14 de abril

Ucrânia anuncia que afundou o navio-almirante da Frota do Mar Negro, "Moskva".

19 de abril

Rússia anuncia segunda fase da guerra para a libertação do Donbass.

Scholz acusa Putin de ser responsável pela morte de milhares de civis.

21 de abril

Putin manda parar assalto à fábrica Azovstal, onde estão os últimos defensores de Mariupol e civis, mas ordena um cerco para que "nem uma mosca possa sair".

À semelhança de outros países, Zelensky discursa por vídeo perante o parlamento português e pede apoio militar e diplomático.

26 de abril

Secretário-geral da ONU, António Guterres, reúne-se com Putin em Moscovo.

28 de abril

Guterres reúne-se com Zelensky em Kiev.

Rússia ataca Kiev durante visita do chefe da ONU.

02 de maio

UEFA proíbe clubes russos nas competições europeias de futebol em 2022-2023.

09 de maio

Discurso de Putin nas celebrações do Dia da Vitória (1945) sem novidades sobre a Ucrânia.

Presidente francês, Emmanuel Macron, propõe criação de uma "comunidade política europeia", em que caberia a Ucrânia, mas também o Reino Unido.

13 de maio

Rússia anuncia "libertação na totalidade" da fábrica Azovstal e de Mariupol.

Ucrânia diz que está a forçar retirada das tropas russas de Kharkiv.

14 de maio

ONU contabiliza mais de 14 milhões de desalojados pela guerra, incluindo seis milhões de refugiados, na pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

16 de maio

Combatentes ucranianos entrincheirados na fábrica Azovstal entregam-se às forças russas. Moscovo diz que se renderam 2.400 soldados.

18 de maio

Suécia e Finlândia formalizam candidatura à adesão à NATO.

19 de maio

Rússia expulsa cinco funcionários da embaixada de Portugal em Moscovo.

20 de maio

Países do G7 comprometem-se a mobilizar 20.000 milhões de dólares (mais de 18.700 milhões de euros) para apoiar a Ucrânia.

21 de maio

Primeiro-ministro português, António Costa, reúne-se com Zelensky em Kiev.

Biden atribui novo apoio à Ucrânia de 40.000 milhões de dólares (37.500 milhões de euros).

23 de maio

Ucrânia condena soldado russo a prisão perpétua por ter matado um civil desarmado, no primeiro julgamento sobre crimes cometidos na guerra.

Zelensky pede sanções máximas contra Moscovo e saída de todas as empresas estrangeiras da Rússia ao discursar por vídeo no Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça).

24 de maio

Ucrânia admite baixas de 2.500 a 3.000 soldados, e morte de 3.930 civis, incluindo mais de 200 crianças.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusa Rússia de usar a escassez alimentar para chantagear Ocidente.

25 de maio

Putin visita pela primeira vez soldados russos feridos na Ucrânia, num hospital militar de Moscovo.

UE, Estados Unidos e Reino Unido anunciam criação de grupo de apoio à investigação de crimes de guerra.

Rússia exige ao Ocidente levantamento de sanções como condição para se evitar uma crise alimentar mundial.

27 de maio

Igreja Ortodoxa Ucraniana anuncia rutura com Patriarcado de Moscovo por apoiar a guerra na Ucrânia.

Ucrânia admite que forças russas controlam a cidade de Lyman, na região de Donetsk.

ONU diz ter confirmado morte de mais de 4.000 civis e anuncia o regresso à Ucrânia de 2,1 milhões de pessoas.

Serviços de informações ucranianos admitem que a guerra poderá durar até ao final de 2022.

28 de maio

Putin decreta fim do limite de idade para servir no exército.

Macron e Scholz pedem a Putin para libertar os 2.500 combatentes ucranianos que se renderam na fábrica Azovstal.

29 de maio

Chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, nega que Putin esteja doente.

Zelensky visita Kharkiv e demite o chefe da segurança local, porque "não trabalhava na defesa da cidade".

30 de maio

Forças russas intensificam ataques à cidade de Severodonetsk, no Donbass.

UE aprova embargo às importações de petróleo russo até ao final de 2022, com um prazo mais alargado para países mais dependentes.

01 de junho

Companhia russa Gazprom anuncia quebra de 27,6% das exportações de gás entre janeiro e maio.

02 de junho

Zelensky anuncia que Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano (125.000 quilómetros quadrados).