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Plataforma defende que se avance já para construção em Alcochete

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Foto DR/Arquivo

A "Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não" defendeu hoje que o Governo encurte prazos e avance com estudos para a construção de uma pista complementar em Alcochete, em vez de avançar com uma solução transitória no Montijo.

"Finalmente, o Governo, que se esforçou durante muito tempo para dizer que não havia 'plano B', reconheceu que Alcochete é a solução que interessa ao país, a solução estruturante", disse à agência Lusa José Encarnação, porta-voz da plataforma, que se opõe à construção do aeroporto no Montijo.

O Governo pretende avançar com uma solução transitória no Montijo para estar em atividade no final de 2026, construir o novo aeroporto em Alcochete até 2035 e, quando este estiver operacional, fechar o aeroporto Humberto Delgado.

O executivo decidiu não adjudicar a avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto de Lisboa ao consórcio COBA/Ineco e entregar ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) essa avaliação, estimando que demore entre 12 a 18 meses.

Em declarações à Lusa, José Encarnação reconheceu "como positiva" a entrega da avaliação ambiental ao LNEC, mas considerou existir "uma grande contradição que é preciso resolver".

Se o Governo deixa cair a avaliação "nos termos em que estava a decorrer através do concurso público, por que razão é que vai ser entregue ao LNEC a tarefa de realizar a mesma avaliação ambiental estratégica" quando "a decisão já está tomada", questionou.

Lembrando que já em 2008 o LNEC tinha feito uma avaliação ambiental comparativa entre Ota e Alcochete, e que "muito trabalho já foi feito", José Encarnação questionou também por que razão "não se encurtam os prazos" avançando já para a solução Alcochete, ao invés da solução transitória que vai "duplicar ou triplicar os gastos".

"Não bate a bota com a perdigota", salientou, recordando que o motivo apresentado para se optar para uma solução transitória é "acelerar a necessidade de aumentar a capacidade aeroportuária de Lisboa".

O porta-voz da plataforma questionou ainda o que é que se fará ao Montijo quando estiver concluído o aeroporto em Alcochete: irá manter-se como estrutura complementar ou irá "destruir-se uma base aérea que fazia a busca e salvamento em Portugal, desde a região Sul até Santa Maria das Flores", disse.

O Governo tem uma nova solução aeroportuária para Lisboa, que passa pela construção, até 2026, de um novo aeroporto no Montijo, e por encerrar o aeroporto Humberto Delgado, quando estiver concluído o de Alcochete.

O plano passa por acelerar a construção do aeroporto do Montijo, uma solução para responder ao aumento da procura em Lisboa, complementar ao aeroporto Humberto Delgado, até à concretização do aeroporto em Alcochete, apontada para 2035, segundo o Ministério das Infraestruturas.

O Governo atribuiu ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil a elaboração do Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa e respetiva avaliação ambiental estratégica, o estudo da construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto 'stand alone' (único) no Campo de Tiro de Alcochete.

A Lusa tentou ouvir o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal sobre esta solução, mas não foi possível contactar André Martins, que é também presidente da Câmara de Setúbal.