Governo búlgaro confirma fim do veto à adesão da Macedónia do Norte à UE
O Governo búlgaro confirmou hoje, alguns dias após uma votação no Parlamento, o levantamento do veto à abertura das negociações de adesão da Macedónia do Norte à União Europeia (UE).
"O conselho de ministros deu a sua aprovação", anunciou o Executivo em comunicado.
Os deputados pronunciaram-se na sexta-feira a favor da proposta da França, que assegura a presidência rotativa da UE, que até ao final de junho se disponibilizou a mediar este contencioso.
Após esta decisão, os governos dos dois países vizinhos devem adotar um protocolo bilateral.
Desde 2020 que a Bulgária impedia o início das negociações com Skopje, mas também com Tirana, pelo facto de as duas candidaturas serem consideradas em conjunto por Bruxelas.
No contexto da guerra na Ucrânia, a importância estratégica dos Balcãs ganhou nova dimensão, com o futuro europeu da região a ser abordado com insistência.
No entanto, a cimeira da UE que decorreu na passada semana optou por não conceder o estatuto de candidato à Bósnia-Herzegovina, recusou a liberalização dos vistos para o Kosovo e não se pronunciou sobre a abertura das negociações sobre a Macedónia do Norte e da Albânia, com os países dos Balcãs ocidentais a não esconderem a sua revolta. Pelo contrário, a Ucrânia e a Moldova foram contempladas com o estatuto de candidato à integração.
De acordo com o compromisso firmado, Skopje deve designadamente alterar a sua Constituição para incluir os búlgaros nos grupos étnicos reconhecidos e "concretizar" um tratado de amizade de 2017 destinado a erradicar o discurso de ódio.
A Macedónia do Norte também foi exortada a rever os seus programas escolares e a abrir os arquivos da antiga polícia jugoslava e que devem evidenciar as discriminações e abusos reservados à minoria búlgara nesta ex-república da Jugoslávia.
A questão da língua, que Sófia considera um dialeto búlgaro, é outra questão sensível e ainda não solucionada.
Na semana passada, o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Dimitar Kovacevski, tinha considerado que "na sua forma atual" esta proposta de compromisso era "inaceitável".