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Zelensky condiciona ida ao G20 à guerra e composição da cimeira

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Foto: EPA/SERGEY DOLZHENKO

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou hoje o seu homólogo indonésio, Joko Widodo, em Kiev, que a sua participação na cimeira do G20 em novembro dependerá da "situação de segurança na Ucrânia e da composição" da reunião.

Zelensky não mencionou diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin, cuja participação na cimeira a realizar na ilha indonésia de Bali tem sido objeto de controvérsia.

Ao contrário da Rússia, a Ucrânia não é membro do G20, mas Widodo, cujo país preside ao grupo, deslocou-se a Kiev para convidar Zelensky a participar na cimeira.

"Certamente, aceito o convite. A participação da Ucrânia dependerá da situação de segurança no país e da composição" da cimeira, disse Zelensky a Widodo perante os jornalistas, segundo a agência noticiosa francesa AFP.

A Indonésia, que tem mantido uma posição neutra sobre a guerra na Ucrânia, endereçou o convite a Putin antes da invasão de 24 de fevereiro, e resistiu à pressão de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, para retirar o convite.

Essa pressão levou ao convite de Widodo a Zelensky para a cimeira que decorrerá em Bali em 15 e 16 de novembro.

Depois de Kiev, o Presidente da Indonésia viaja para Moscovo, onde deverá ser recebido por Putin na quinta-feira.

Na terça-feira, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse que Widodo descartou a presença física de Putin, sugerindo que o líder russo poderia participar por videoconferência, mas a informação foi negada por um conselheiro presidencial russo.

"Não é o senhor Draghi que decide sobre este assunto", disse Yuri Ushakov, citado pela agência russa Interfax.

"Recebemos o convite e demos uma resposta positiva", acrescentou Ushakov.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou hoje que um boicote ocidental à cimeira do G20 abriria a porta à propaganda de Moscovo se Putin participasse, mas considerou "altamente improvável" que o líder russo se desloque a Bali.

"Eu ficaria absolutamente espantado se Putin fosse pessoalmente. Ele é um pária. (...) Penso que é muito improvável que ele vá", disse Johnson à margem da cimeira da NATO em Madrid, citado pela AFP.

"A questão é se nós, no Ocidente, desocupamos os nossos lugares no G20 e deixamos a China e a Rússia controlarem as discussões", acrescentou.

O G20 é um fórum intergovernamental que reúne as 19 economias mais desenvolvidas do mundo e a União Europeia (UE).