Turquia vai exigir à Finlâdia e Suécia extradição de 33 pessoas
A Turquia vai exigir à Finlândia e à Suécia a extradição de 33 pessoas dos movimentos PKK e Fetö, que considera terroristas, anunciou Ancara um dia após levantar o veto ao acesso dos Estados nórdicos à NATO.
"Sob o novo acordo, pediremos à Finlândia que extradite seis membros do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e seis membros do Feto e à Suécia que extradite 10 membros do Fetö e 11 do PKK", disse o ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag.
O PKK é classificado como terrorista por Ancara, União Europeia e Estados Unidos, devido à rebelião armada curda no sudeste turco, iniciada em 1984, enquanto a Fetö, sigla do movimento fundado pelo pregador Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e considerado pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, como o instigador de uma tentativa de golpe de Estado em julho de 2016.
Erdogan reuniu-se, na terça-feira, durante várias horas, com o seu homólogo finlandês, Sauli Niinistö, e a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, antes da abertura da cimeira da NATO, que decorre entre hoje e quinta-feira em Madrid.
Ancara tinha bloqueado a adesão destes dois países à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), acusando-os de acolherem militantes dos dois movimentos.
No final da reunião entre os três países, que também contou com a presença do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, foi apresentado um memorando que abre caminho a um futuro acordo formal de alargamento da Aliança Atlântica, face às ameaças da Rússia.
"A Turquia conseguiu o que queria", ou seja, a "plena cooperação" dos países nórdicos na luta contra o terrorismo, congratulou-se a presidência turca, em comunicado de imprensa.
Os dois Estados escandinavos têm manifestado desde há vários anos apoio às Unidades de Proteção Popular (YPG), a formação armada dos curdos sírios e principal componente das Forças Democráticas Sírias (HSD), que Ancara acusa de ligações diretas ao PKK.
A Suécia também possui uma importante comunidade curda e mantém tradicionais ligações políticas com os curdos, mais intensas que a vizinha Finlândia. A Turquia censura Estocolmo por continuar a receber representantes da administração autónoma curda do nordeste da Síria e comandantes militares.