Alterações Climáticas Madeira

PAN faz oito propostas radicais pelo Ambiente na Madeira

A propósito da conferência dos oceanos, cujo segundo dia fica marcado pelos plásticos

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"Os oceanos são a origem de toda a vida no planeta - e eles estão em perigo porque 'somos viciados em plásticos' asseverou David Eugui, que deixou como mensagem forte da sua intervenção que 'é imperativo encontrar substitutos para o plástico', que representa 'mais de 80% do lixo encontrado no mar"", recorda o PAN Madeira, através de uma nota do seu porta-voz Joaquim José Sousa, que aproveita para lançar oito propostas pelo meio ambiente, algumas delas radicais.

Continuando a citar, desta feita Rolph Payet, secretário-geral da Convenção de Basileia que "alertou para 'tudo o que está nos rios vai parar aos oceanos, incluindo o lixo que é deitado nas cidades' algo que o PAN Madeira alerta desde há muito – tudo o que está no chão quando chove vai para os cursos de água", refere.

O secretário-Geral da ONU, António Guterres, também é citado pois "afirmou na sessão de abertura que 'Infelizmente tomamos os oceanos como garantia e hoje enfrentamos o que eu chamaria de emergência nos oceanos'", revela. E porque "os oceanos estão doentes, o nosso vasto oceano está doente e aproxima-se de nós a formação de uma ilha de lixo no Atlântico. Os plásticos representam 80% da poluição dos oceanos, que para além da própria poluição registam um aumento do nível do mar sem precedentes, o que conjugado com o aquecimento das águas causado pelas mudanças climáticas está na lista de impactos negativos previstos nos mais recentes relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU)", recorda.

Aliás, calcula, "até o final do século, os mares poderão ter aumento de temperatura, ficarem mais ácidos e sem vida. O que terá implicações tremendas não só para a vida marinha, para as populações que habitam as zonas costeiras, para o clima no nosso planeta e para milhões de vidas em todo o planeta que serão afetadas por eventos climáticos extremos", prevê. 

Porque "a defesa do meio ambiente não é de direita nem de esquerda, não é uma moda, mas sim um desígnio de todas as pessoas de bem e socialmente comprometidas com o futuro, com a VIDA dos nossos filhos e netos", Joaquim José Sousa diz que o PAN "entende que após décadas em que o ser humano teve uma postura displicente e predadora dos oceanos deve-se seguir tempos de respeito pelo berço da vida, pela preservação dos ecossistemas, o que só é possível com a aposta na educação e no respeito efetivo pelo direito inalienável das próximas gerações a viverem num Planeta sustentável, este deve ser o nosso caminho enquanto comunidade, porque este é o nosso tempo de fazermos tudo o que está ao nosso alcance para contribuirmos para um Planeta com Vida".

Ora, precisamente por esse cenário trágico e "e porque é necessária uma ação imediata e transformadora para evitar que o aviso da ONU se torne realidade" que o PAN pergunta: "Num mundo em acelerada transição digital porque é que o governo insiste em concursos milionários para fotocópias? Porque é que em vez de alocar os fundos do PRR à construção civil o governo regional, não aplica uma parte da verba no apoio à transição energética nas casas dos madeirenses e dos porto-santenses?"

Mais, o PAN propõe "reduzir até 2030 – 60% do papel utilizado na Administração Pública; reduzir até 2030 – 50% das casas e empresas sem saneamento básico; ter até 2030 –toda a frota dos Horários do Funchal movida a energias renováveis; apostar nos transportes públicos para reduzir o número de carros nas cidades; reduzir o consumo de espécies de peixes sobre-exploradas – incluindo o Atum rabilho; banir os plásticos de toda a Administração Pública;  apoiar efetivamente a agricultura biológica; não permitir que navios de cruzeiro que não tenham práticas ecológicas aportem na Madeira", sinaliza as oito propostas.

Mais, "considera o PAN que é fundamental, até 2030, que o governo regional e os diferentes municípios implementem uma estratégia local/regional para que as águas sujas não cheguem aos oceanos sem tratamento adequado; que a Madeira e o Porto Santo sejam ilhas verdes – energeticamente autossustentáveis".

Com estas propostas, o PAN sublinha "a importância da preservação da biodiversidade e da proteção dos oceanos, pois é preciso ir mais além nas políticas públicas para preservar o oceano da poluição dos plásticos e dos microplásticos (que hoje caem com a neve e com a chuva e estão por todo o lado)", reforça os alertas.

"Segundo o Eurostat, cada português produz uma média de 36 kg de plástico por ano, o que representa mais 5 kg do que a média europeia", adverte. "Podemos fazer mais e melhor, mas não com estes políticos de meias medidas e de corta a fita", acredita.

Para Joaquim José Sousa, o PAN "considera que os jovens são a grande força que move as sociedades e junta-se ao apelo do Presidente da República que afirmou que os jovens 'têm de lutar por vocês, não confiem nos decisores. Há exceções? Há. Alguns serão sempre os vossos maiores aliados, mas não a maioria'", disse.