Sentença dos acusados dos atentados do Bataclan deve ser conhecida hoje à noite
A sentença dos 20 acusados dos atentados no Bataclan, no Stade de France em esplanadas em Paris, deve ser conhecida hoje, com o júri especial a isolar-se dois dias e meio numa caserna militar secreta para deliberar.
O júri especial, constituído apenas por magistrados por se tratar de um caso de terrorismo, está desde segunda-feira numa caserna militar protegida, sabendo-se apenas que estão na região de Paris. Os magistrados comeram e dormiram nesta caserna, onde estão isolados de qualquer influência externa.
As últimas palavras no processo pertenceram aos acusados, com Salah Abdeslam, o único alegado terrorista que sobreviveu aos atentados por ter fugido antes de ter explodido o seu colete de explosivos, a defender que não é um assassino.
"Eu reconheci que não sou perfeito, cometi erros é verdade, mas não sou um assassino. Se me condenarem por homicídio, estão a cometer uma injustiça", disse Salah Abdeslam nas alegações finais.
Para os 20 acusados, sendo que apenas 14 estão a comparecer em Tribunal e seis estão desaparecidos, pensando-se mesmo que tenham sido mortos na fronteira sírio-iraquiana quando fugiram para a Síria, a justiça francesa pediu fortes penas.
Para Salah Abdeslam foi pedida prisão perpétua sem possibilidade de redução de pena e para outros nove acusados de cumplicidade foi pedida uma pena de prisão perpétua que pode ser reduzida a 30 anos.
Neste processo, o mais longo de sempre em França, foram ouvidas 1.800 testemunhas, tendo mobilizado 330 advogados.
Uma sala de tribunal foi construída especificamente para esta ocasião e instalada no Palácio de Justiça de Paris, junto a Notre Dame. Esta sala será agora mantida para o processo dos atentados do 14 de julho de 2016, em Nice.