É a guerra estúpido!
Farsa não é, comédia muito menos. Poderia ser um circo já que palhaços não faltam com narizes multicolores e a cheirar oportunidades que por entre destroços em montanha, se formam a cada ofensiva, que de um lado e do outro estouram como balões de pólvora e cheios de morte. Pelo palco saltitante o cheiro a podre sobe no ar e desce desfazendo-se em cima de já outros destroços que escondem velhos cadáveres. Uns procurados sem crime outros por crime cometido. Uns inocentes, outros culpados por intervenientes em conflito assassino sem tempo para um último salto mortal à rectaguarda ou na frente de batalha. As bombas a sério, sem nenhuma piada, encontram o solo e o homem fardado e o civil andante a rigor e cheio de vontade de fazer rir e chorar qualquer plateia com um saco preto pela mão. Uns cantam, outros choram até ao funeral da derrota e da vitória com discurso heróico e medalha por ostentar. Os que vão sobrar terão a sua, condizente com o seu louvor. Umas de prata e ouro, outras de cortiça com direito a fita multicolor e beijo ensanguentado e lágrimas a escorrer por entre soluços de raiva. O discurso oficial está pronto e fotocopiado para enaltecer o cadáver que por fim se encontrou entre o cascalho desfeito e que dará muito a ganhar aos que retiram vantagem de voltar a erguer o que antes estava de pé e servia de casa, habitação melhor, palacete e até uma estátua decepada no largo que agora está desimpedido a registar mais história à História passada e heróica de quem se fez soldado desconhecido uns, e anónimos outros. Todos implicados sem saberem bem porquê. A História é feita de casos e de heróis imbecis atropelados em guerras lavradas por nós de gravata e fato a rigor que se escondem por baixo de camuflados a preceito. Porém as balas que esvoaçam que nem pombas de paz e de que são de conflito duro e tenso não escolhem o palhaço que entra em tal circo. É a Guerra estúpida, é a guerra estúpido. Criminoso como todas as que se travaram em campos de batalha que deram lugar a cereal e a novas fortunas que encheram os cofres dos já milionários, também chamados de oligarcas sem escrúpulos e de Presidentes activos com disfarce de guerreiros com boa vida!
Joaquim A. Moura