EUA vão anunciar reforço "a longo prazo" do envolvimento na Europa
Os Estados Unidos vão fazer "anúncios específicos" na cimeira da NATO sobre "novos compromissos militares em terra, mar e nos ares a longo prazo na Europa", em particular no leste do continente, indicou hoje um conselheiro do Presidente norte-americano.
Jake Sullivan, principal conselheiro diplomático e militar de Joe Biden, disse, a bordo do Air Force One, que um "certo número de países" da Aliança Atlântica também "prometeram aumentar as suas contribuições em matéria de defesa no flanco oriental".
A cimeira da NATO decorre de hoje a sexta-feira na capital espanhola, Madrid.
O responsável norte-americano acrescentou que Joe Biden vai comunicar oficialmente ao chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, um aumento dos navios de guerra na base naval de Rota [sul de Espanha] de quatro para seis, com o objetivo de reforçar a presença militar do seu país e da NATO nesta zona.
Sullivan sublinhou que esta medida permitirá aumentar a presença naval dos EUA e da NATO em todos os domínios marítimos relevantes e insere-se numa série de anúncios aguardados para quarta-feira.
O assessor para a Segurança Nacional explicou que durante o encontro vários países deverão indicar os seus compromissos para reforçar o flanco leste da NATO, adiantando que nessa perspetiva os Estados Unidos "vão emitir decisões específicas" sobre o envio de forças adicionais terrestres, marítimas e aéreas, enquanto se prolongar o conflito na Ucrânia.
Biden tem agendado um encontro com Sánchez logo após a sua chegada a Madrid, proveniente da Alemanha, onde participou na cimeira do G7.
Jack Sullivan também revelou que os Presidentes dos EUA e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, têm previsto um encontro na quarta-feira à margem da cimeira e indicou que a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, pretendida por Washington e que Ancara ameaça bloquear, "será abordada", mesmo que não constitua o "elemento central" da discussão.
Ainda na quarta-feira, Biden também se reunirá com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e com o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, precisou.
"Será a primeira reunião (...) desde há muito tempo entre os dirigentes dos três países", disse Sullivan, acrescentando que o encontro à margem da cimeira da NATO será "principalmente consagrado à ameaça duradoura que coloca a Coreia do Norte".
Esta é a primeira vez que um primeiro-ministro japonês participa numa cimeira da aliança militar ocidental.