Alterações Climáticas País

Sem as empresas não é possível atingir objetivos de desenvolvimento sustentável

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- A vice-presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, defendeu hoje que sem a inclusão das empresas não é possível atingir os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e que é preciso "equilíbrio" nas medidas.

"Sem as empresas não é possível alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável", afirmou a responsável da AHP, que participou no evento paralelo à Conferência dos Oceanos da ONU "Promover a proteção do oceano e o turismo na economia azul", organizado pelas redes locais de Portugal, Noruega e Brasil do Pacto Global das Nações Unidas.

Cristina Siza Vieira criticou a ausência de referência às empresas nas oito páginas da declaração da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas de 2021 (COP26) e apontou "diversas contradições".

"Nós não podemos parar de viajar, não podemos pensar que toda a gente pode ficar em teletrabalho, [...] mesmo que seja bom para o planeta. É preciso atingir um equilíbrio", vincou a vice-presidente da AHP.

A responsável lembrou que o setor da hotelaria é responsável diretamente por menos de 1% das emissões poluentes, que são sobretudo da responsabilidade da sua cadeia de fornecimento.

Assim, Siza Vieira sublinhou que o papel da hotelaria passa pela transformação de comportamentos, educando fornecedores, parceiros e clientes para a adoção de práticas sustentáveis.

"Temos o direito de comer sushi e papaia, mas não na Serra da Estrela, todos os dias", exemplificou a responsável.

A iniciativa contou ainda com a participação de Nuno Alves, do Turismo de Portugal, Hélio Vicente, do Zoomarine, Cristina Abreu, da TEC Ambiente, e de Henrik Lund, presidente executivo da Hurtigruten Foundation.

A Conferência dos Oceanos da ONU de Lisboa junta líderes mundiais, cientistas, dirigentes de organizações não-governamentais, académicos e empresários, além de representações dos Estados-membros da ONU, sob o tema "Aumentar a ação nos oceanos com base na ciência e inovação".

Da Conferência, a segunda depois da de Nova Iorque em 2017, são esperados compromissos voluntários sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, relativo à proteção da vida marinha.