Fabricantes reduzem peso de pacotes de alimentos para serem acessíveis
Os fabricantes e distribuidores venezuelanos estão a reduzir peso e quantidades dos pacotes de alimentos para serem mais acessíveis para os consumidores do país, há vários anos afetado pela crise económica.
A redução do peso e quantidades dos produtos faz parte de um "processo de reinvenção" das empresas, para aumentar o consumo, com pacotes a preços mais acessíveis para a população, disse o presidente da Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos (Cavidea).
"O comprador está a ir mais vezes ao supermercado, porque não tem dinheiro suficiente para cobrir todo o mercado numa única compra (...), a nível de consumo, a redução do peso das embalagens dos produtos está a ajudar muito", disse Álvaro Burgos, aos jornalistas.
A capacidade de compra tem levado os venezuelanos a dar prioridade à compra de proteínas, depois hidratos de carbono, em detrimento de vegetais, para acompanhar as refeições, indicou a Cavidea.
Por outro lado, o consumo na Venezuela tem crescido em 2022, em comparação com anos anteriores, acrescentou Burgos. Já no ano passado, o país tinha recuperado dos registos negativos, estando, no entanto, em valores inferiores aos de 2006 e 2007, adiantou.
Álvaro Burgos lembrou que a Venezuela tem passado por altos valores inflacionários e que muitos dos produtos que chegam ao país são importados.
De acordo com a imprensa local, maionese, grãos, café, doces e chocolates são alguns dos produtos agora no mercado em embalagens mais pequenas, com menos peso e quantidade.
Esta é a segunda vez que a indústria alimentar venezuelana reduz os tamanhos, embalagens e pesos dos produtos.
A primeira vez ocorreu em 2013, quando a Venezuela registou uma escassez de produtos básicos, o que levou os comerciantes a usar embalagens mais pequenas para sabão em pó, açúcar, café e leguminosas, entre outros.