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Mudança da paisagem amazónica e danos ecológicos causados pela desflorestação

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Foto Shutterstock

Um estudo sobre a mudança da paisagem na Amazónia brasileira alerta sobre as muitas ameaças ambientais que o bioma enfrenta, mas também oferece oportunidades encorajadoras para a sustentabilidade ecológica na floresta tropical com maior biodiversidade do mundo.

Os resultados do estudo são vistos como cruciais porque, à medida que a Amazónia se aproxima de um "ponto de viragem", é fornecido uma forte base de evidências para informar as prioridades de conservação e regeneração urgentemente necessárias na floresta.

De acordo com a revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) é possível obter benefícios através de uma série de ações, incluindo a suspensão da desflorestação.

A investigação foi realizada por uma equipa internacional de cientistas do Brasil e do Reino Unido. Examinaram os impactos ecológicos causados pelas mudanças que as pessoas estão a fazer nas paisagens florestais em duas regiões do estado brasileiro do Pará: Santarém e Paragominas.

"Embora até agora nos tenhamos concentrado na desflorestação, sabemos que as paisagens das florestas tropicais são alteradas por uma gama muito mais vasta de atividades humanas", diz o investigador principal Cássio Alencar Nunes da Universidade Federal de Lavras (Brasil) e da Universidade de Lancaster (Reino Unido).

"Estas modificações incluem a desflorestação e degradação da floresta primária, por exemplo através do abate seletivo e do fogo, mas também as paisagens desmatadas que estão a mudar à medida que o abandono da agricultura dá lugar ao recrescimento da floresta secundária", continua.

Como resultado, muitas paisagens tropicais são agora um mosaico de usos do solo não florestais, regenerando florestas secundárias e florestas primárias degradadas.

O co-autor do estudo, Jos Barlow, Professor de Ciência da Conservação no Centro para o Ambiente da Universidade de Lancaster, salienta que o estudo tem outras implicações para a conservação e a política.

"Os nossos resultados sublinham mais uma vez a importância de combater a desflorestação, bem como os benefícios adicionais de evitar a degradação e aumentar a permanência das florestas secundárias", disse

No entanto, para o conseguir será necessária uma transformação "na forma como a Amazónia é atualmente gerida, incluindo uma integração muito maior da ciência, da política e das práticas locais", frisou.