Paulo Alves, deputado do Grupo Parlamentar do JPP na Assembleia Legislativa da Madeira, questiona a gestão do Lar da Bela Vista, assim como os recursos humanos e materiais para dar resposta às necessidades da terceira idade, considerando o rácio de um enfermeiro por 66 idosos "inadmissível e arriscado" perante surtos de doença repentina.

"O rácio de 1 enfermeiro para acompanhar e socorrer 66 idosos é inadmissível e arriscado para a actuação em situações de doença repentina", considea o deputado, recordando que, em pleno ano de pandemia, em 2020, os enfermeiros destacados para este lar, pediram para regressar aos anteriores serviços no SESARAM onde exerciam funções. "A falta de assistentes operacionais é outro problema nesta estrutura para idosos", enumera Paulo Alves, durante uma visita realizada na manhã desta segunda-feira, no Mar da Bela Vista, no Funchal.

Paulo Alves ainda quis esclarecer ainda o facto de o Lar estar a preparar as instalações, nomeadamente a Capela e o Ginásio, para receber 45 doentes provenientes do Hospital Central do Funchal, questionando: "O que acontecerá a estas instalações? A transformação destas instalações significa que os utentes deixarão de as poder utilizar para os fins para os quais foram construídas?”

O JPP recorda que solicitou uma fiscalização a este mesmo lar e que o presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira IP-RAM, afirmou que existem 79 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência alocados às estruturas dedicadas a pessoas idosas.

Consequentemente o JPP questiona se "estará o Governo Regional a programar uma intervenção de manutenção neste lar ou, como no processo de privatização haverá fusão com o Atalaia, o Governo não irá intervir e deixar as obras para o privado fazer? Fica também por esclarecer como ficará a situação dos funcionários do Lar da Bela Vista com o processo de privatização do mesmo?"

O deputado recorda que recentemente a presidente do Instituto da Segurança Social referiu que haveriam novidades na fiscalização às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). "Levanta-se a questão se estas novidades decorrem do pedido do JPP para que fosse realizada uma fiscalização ao Lar da Bela Vista (com problemas que arrastam-se há anos)? Sendo de lamentar, no entanto, que tais medidas só tenham sido tomadas pelo Governo Regional depois da denúncia do JPP, mais um exemplo de como este é um governo reactivo", conclui o deputado do JPP.