Encontrados mais de 100 cadáveres nos escombros de Mariupol
Mais de 100 cadáveres de civis foram encontrados entre os escombros de vários edifícios bombardeados pelo exército russo na cidade ucraniana de Mariupol, agora sob o controlo de Moscovo.
O conselheiro do ex-presidente de câmara de Mariupol, Petro Andriushchenko, afirmou na rede social Telegram que tinham descoberto os corpos na cidade, que agora tem novas autoridades impostas pelos russos.
"Descobertas novas e devastadoras. Durante a inspeção de edifícios no bairro de Livoberezhnyi (na margem esquerda de Mariupol), foram encontrados mais de 100 civis mortos num atentado bombista", disse o antigo presidente da câmara da cidade.
Os corpos estavam "num edifício no cruzamento das ruas Peremohy Avenue e Meotydy Boulevard que foi atacado durante a ofensiva aérea. Os ocupantes (russos) não tinham planos de recuperar e enterrar os corpos".
Segundo o ex-conselheiro, "os esforços para exumar corpos [em toda a cidade] continuam", que acrescentou que estavam a dar prioridade a retirar cadáveres dos recreios escolares e jardins infantis.
Depois das exumações, o trabalho consiste em arranjar sepulturas onde os corpos serão enterrados, de forma a eliminar odores.
Apesar de Andriushchenko não viver em Mariupol desde que a cidade, à beira do Mar de Azov, foi tomada pelos russos, publica regularmente mensagens sobre a situação na região com informações que reúne de associações e amigos que ainda lá se encontram.
Mariupol tem estado cercada por tropas russas praticamente desde o início da invasão ordenada pelo Kremlin.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo as Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra também causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas das suas casas, oito milhões das quais abandonaram o país, ainda segundo a ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.