Pelo menos 16 chefes de Estado e nove de Governo intervêm na conferência da ONU
Pelo menos 16 chefes de Estado, incluindo os de Angola, França, Noruega, Colômbia, Líbia e Mónaco, e nove chefes de Governo, dos vários continentes, vão intervir na conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, na próxima semana em Lisboa.
Emmanuel Macron, chefe de Estado de França, país que tem atualmente a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), estará em Lisboa pelo menos no dia 30 de junho, segundo fonte da embaixada francesa em Lisboa.
Os Estados Unidos serão representados por John Kerry, o enviado especial do Presidente Joe Biden para o clima, e Mónica Medina, responsável pelos Oceanos e Assuntos Ambientais e Científicos Internacionais no Departamento de Estado, irá chefiar uma delegação que integra três outros altos funcionários da administração norte-americana.
Mais de 100 outros países confirmaram até agora a participação, a maioria destes a nível ministerial, segundo informação da organização, juntando-se ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que estará presente logo na abertura da conferência, que decorre de 27 de junho a 01 de julho, como a Lusa noticiou em maio.
Entre estes, além da maioria dos países da UE, Estados Unidos e Canadá, ministros de outros dos maiores poluidores do planeta, como a China e a Índia, são oradores previstos na sessão plenária da conferência, coorganizada por Portugal e pelo Quénia.
Por outro lado estão os pequenos países, ilhas sobretudo, mais afetados pela acidificação da água, poluição, pesca ilegal e outros efeitos das alterações climáticas causados pelas emissões de gases com efeito de estufa, como a subida das águas dos oceanos que ameaça fazer desaparecer alguns destes territórios.
É em nome de muitos desses territórios que falará o segundo orador previsto na primeira sessão plenária, Surangel Whipps, Presidente de Palau, enquanto representante do grupo SIDS (sigla, em inglês) das 12 Pequenas Ilhas Estado do Pacífico em Desenvolvimento, que inclui, entre outras a Micronésia, Kiribati, Palau, Samoa, Tonga, Tuvalu ou Vanuatu, seriamente ameaçadas.
Além do Presidente de Angola, João Lourenço, que é o primeiro orador previsto na sessão plenária do primeiro dia e que vai falar em representação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), outros dois países do grupo -- Guiné-Bissau e Guiné Equatorial -- vão fazer-se representar pelos seus chefes de Estado.
As delegações de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são encabeçadas pelos respetivos chefes de Governo, enquanto Brasil, Moçambique e Timor-Leste vão estar representados a nível ministerial.
A Rússia vai também enviar uma delegação, liderada por Ruslan Edelgeriyev, conselheiro do Presidente russo, Vladimir Putin, para as questões do oceano e do clima, como confirmou à Lusa na semana passada uma fonte oficial da Embaixada da Rússia.
No total, mais de 20.000 pessoas inscreveram-se na segunda Conferência dos Oceanos da ONU, que a pandemia de covid-19 adiou de 2020 para este ano, e que vai reunir em Lisboa Estados-Membros da organização, sociedade civil e organizações financeiras internacionais.
A comunidade internacional vai tentar dar impulso à adoção de "soluções inovadoras baseadas na ciência" para a gestão sustentável dos Oceanos, incluindo o combate à acidificação da água, poluição, pesca ilegal e perda de 'habitats' e biodiversidade.