A Guerra Mundo

Presidente turco diz que não há progressos nas negociações para Suécia aderir à Nato

Foto Adem ALTAN/AFP
Foto Adem ALTAN/AFP

O Presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou hoje não ter havido progressos nas conversações com a Suécia com vista à adesão do país nórdico à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). 

"A Suécia deve tomar medidas em questões importantes como a luta contra o terrorismo", afirmou o chefe de Estado turco, citado pela agência de noticias francesa AFP, depois de uma conversa telefónica com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson.

Erdogan apelou a "ações concretas" por parte da Suécia no que toca à sua posição quanto ao acolhimento de militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista por Ancara.

A 18 de maio a Suécia, juntamente com a Finlândia, entregou o pedido oficial de adesão à NATO, sendo necessária aprovação dos 30 membros da Aliança Atlântica.

A Turquia manifestou-se contra a entrada na NATO daqueles dois países e anunciou iria fazer uso do seu direito de veto, tendo sido iniciadas conversações.

Ancara acusa a Suécia e a Finlândia de abrigarem ou apoiarem militares curdos e outros que considera serem uma ameaça à sua segurança, sendo que a Turquia defende, em particular, que a Suécia é um santuário - ou incubadora nas palavras de Erdogan - para terroristas, referindo-se aos membros da guerrilha do PKK ativos na Turquia.

A União Europeia (UE) considera o PKK uma organização terrorista, mas não estende essa classificação às milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), apoiadas pelos Estados Unidos e outros países, enquanto para a Turquia se trata da mesma entidade, devido aos estreitos laços entre ambas.

Além da Suécia e Finlândia, também a Noruega e República Checa, ambos membros da NATO, restringiram as exportações de armas para a Turquia, devido ao conflito contra o YPG na Síria.

Historicamente não-alinhados, Suécia e Finlândia há vários anos que colaboravam com a NATO, mas a invasão russa da Ucrânia levou os governos dos dois países a repensarem o seu posicionamento face à Aliança Atlântica.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).