Dívida global da Madeira "tem descido"
Reacção do secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, à manchete do DIÁRIO
A dívida da Administração Pública Regional, que aumentou 194 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano e constitui um valor recorde desde 2007, “não corresponde à realidade” atendendo ao contexto da Madeira.
Em jeito de reacção à manchete do DIÁRIO deste sábado, Rogério Gouveia explica que este resultado reflecte o empréstimo obrigacionista que a Região contraiu para fazer face ao serviço da dívida deste ano e “é natural que no 1.º trimestre o valor aumente, tal como todos os anos”.
Dívida atinge valor mais alto dos últimos 15 anos
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Os indicadores divulgados pela Direcção Regional de Estatística não explicam, sob o ponto de vista do secretário regional das Finanças, que até ao final do ano a Região terá “uma redução da dívida face ao valor actual”, isto porque as amortizações do referido empréstimo serão vencidas até ao final de 2022.
Essa redução já se vai verificar quando saírem as estatísticas do 2.º trimestre. Além disso também é preciso não esquecer que nós contraímos um financiamento para fazer face às despesas da Covid, no valor de 458 milhões, e naturalmente que invertemos a tendência decrescente da dívida financeira da Região nos últimos anos. Rogério Gouveia
Por outro lado, se é verdade que “a dívida da administração tem subido, também é verdade que a dívida global tem descido”, porque o Governo Regional “tem assumido na esfera da administração regional financiamentos que anteriormente estavam na esfera das empresas públicas”.
No entender de Rogério Gouveia esta é “uma análise que tem de ser feita do ponto de vista global”, pelo que não devemos “pegar apenas no indicador que pode levar à má interpretação por parte da opinião pública”.
Segundo o governante “estas análises grosseiras da estatística” podem “introduzir más interpretações nos mercados financeiros”.
Estamos a tentar construir uma credibilidade, ou reconstruir uma credibilidade. Felizmente temos uma notação de rating de nível de investimento e demorámos 11 anos a consegui-la. É preciso saber tirar as ilações do indicador como um todo (...) e como um todo estamos a reduzir a dívida global da Região. A dívida comercial praticamente hoje não existe e isto faz parte de uma estratégia que tem mais de 10 anos. Rogério Gouveia
O secretário com a pasta das Finanças regionais faz ainda questão de relembrar as "várias nuances" da estratégia adoptada, desde “transformar dívida comercial em dívida financeira” ou “o saneamento do sector empresarial”, em que o Governo está a assumir “o endividamento das empresas e a assumir na administração directa”.