Presumível autor do tiroteio de Oslo é norueguês de origem iraniana
Tiroteio na capital da Noruega deixa dois mortos e pelo menos 14 feridos
Polícia norueguesa trata tiroteio de Oslo como "acto terorista"
O presumível autor do tiroteio no centro de Oslo de que resultaram dois mortos e 21 feridos, 10 dos quais em estado grave, na noite passada, é um norueguês de origem iraniana, disse hoje a polícia norueguesa.
O suspeito, de 42 anos e cuja identidade não foi divulgada, era conhecido dos serviços secretos, que também são responsáveis pelo contraterrorismo, disse o responsável da polícia de Oslo, Christian Hatlo, numa conferência de imprensa.
O presumível autor estava também referenciado pela polícia devido a delitos menores, como a posse de uma faca e uma condenação por posse de droga.
"Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e terrorismo", disse Hatlo na conferência de imprensa.
Esta última acusação é motivada pelo "número de feridos e mortos, o número de cenas de crime - pelo menos três -, e [...] há boas razões para acreditar que ele pretendia espalhar o terror", acrescentou.
De acordo com a polícia, os feridos -- num número que, entretanto, segundo o mais recente balanço, foi atualizado para 21 - não estão ou já não estão em perigo de vida.
O tiroteio ocorreu por volta da 01:00 de hoje, na hora local (23:00 de sexta-feira em Lisboa), à porta de um pub, onde se terão registado as duas mortes, e depois à porta de um clube gay adjacente, o London Pub, no centro da capital norueguesa, que estava lotado.
A marcha do Orgulho LGBT, que deveria realizar-se hoje à tarde em Oslo, foi cancelada.
A polícia tinha inicialmente dito que estava a investigar a existência de "qualquer ligação" entre o ataque e os eventos organizados para a marcha do Orgulho.
O suspeito foi detido à 01:19 de hoje na hora local (23:19 de sexta-feira em Lisboa).
Um vídeo de telemóvel divulgado pelo jornal Verdens Gang (VG) mostra três polícias a imobilizar um homem no terreno. Segundo a polícia, os civis ajudaram na captura do suspeito, bem como nos primeiros socorros, o que foi saudado como uma "contribuição heroica".
Duas armas foram apreendidas. Uma testemunha entrevistada pela VG falou da utilização de uma arma automática - um facto não confirmado pela polícia - e de "uma cena de guerra".
"O tiroteio no exterior do London Pub em Oslo ontem à noite é um ataque horrível e profundamente chocante contra pessoas inocentes", comentou o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
"Ainda não sabemos as razões deste ato terrível, mas aos homossexuais que agora têm medo e estão de luto quero dizer que estamos todos convosco", escreveu no Facebook.
A Noruega, que é geralmente pacífica, foi palco de ataques sangrentos em 22 de julho de 2011.
Nesse dia, o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 77 pessoas num bombardeamento da sede do Governo em Oslo e num tiroteio num comício de jovens trabalhistas na ilha de Utøya.