Agência da ONU para refugiados palestinianos recebe 150 ME mas está à beira de falir
A agência da ONU responsável por ajudar os refugiados palestinianos (UNRWA) recebeu cerca de 150 milhões de euros de doadores, mas faltam 94 milhões para o orçamento projetado, disse o comissário-geral, Philippe Lazzarini.
O responsável saudou o "apoio político muito forte" expresso durante a conferência de doadores, realizada na quinta-feira em Nova Iorque, nos Estados Unidos, mas admitiu que "ainda há um longo caminho a percorrer".
"A lacuna de financiamento permanece substancial por enquanto. Contando o financiamento já recebido para 2022 e o esperado, ainda temos um dramático buraco [orçamental] de mais de 100 milhões de dólares [cerca de 94 milhões de euros]", afirmou.
Philippe Lazzarini indicou que, se o buraco não for preenchido nos próximos meses, o acesso à educação de milhares de crianças e a serviços de saúde e alimentação dos refugiados palestinianos mais pobres "podem ficar seriamente ameaçados".
"Entrámos numa zona perigosa", sublinhou.
O orçamento anual da UNRWA (Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente), que conta com 30.000 funcionários, é de cerca de 1,6 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros).
A agência presta serviços básicos de educação e saúde a 5,7 milhões de refugiados palestinianos divididos entre o Líbano, a Síria, a Jordânia, a Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza.
Na quinta-feira, na abertura da conferência de doadores, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a UNRWA é "uma barreira essencial contra o extremismo", mas está à beira da falência e pediu mais doações, além de um plano de longo prazo para estabilizar o financiamento da organização.
O embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan pediu, por sua vez, que os membros das Nações Unidas congelem as suas contribuições para a UNRWA, alegando que os professores empregados por esta agência apoiam o terrorismo e o assassinato de judeus.