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Defesa e Forças Armadas apresentam queixa contra rival de Bolsonaro nas eleições do Brasil

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O Ministério da Defesa e as Forças Armadas do Brasil anunciaram hoje que apresentaram uma queixa contra o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes devido a declarações alegadamente "irresponsáveis" sobre a suposta conivência dos militares com crimes na Amazónia.

"Ministério da Defesa e as Forças Armadas repudiam, veementemente, as irresponsáveis declarações do senhor Ciro Ferreira Gomes, que, em entrevista a uma emissora de rádio de abrangência nacional, veiculada na terça-feira, acusou as Forças Armadas de serem coniventes com o crime organizado na Amazónia", diz uma nota oficial divulgada no sítio do Ministério da Defesa.

"Em razão disso, o Ministro da Defesa e os Comandantes das Forças Armadas apresentaram, nesta quinta-feira, notícia de crime ao Procurador-Geral da República contra o senhor Ciro Ferreira Gomes, com o objetivo de que seja apurado o suposto cometimento dos crimes de incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade", acrescentou o ministério brasileiro.

Ciro Gomes é pré-candidato à Presidência do Brasil pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), formação política de esquerda que faz oposição ao atual Governo, e aparece em terceiro lugar nas sondagens de intenção de voto com cerca de 7% das preferências dos eleitores brasileiros.

Na sua conta na rede social Twitter, o pré-candidato defendeu-se das acusações de órgãos ligados ao Governo brasileiro, liderado pelo atual Presidente, Jair Bolsonaro, que procura a reeleição em outubro próximo, afirmando ter sido "surpreendido por uma nota agressiva e intempestiva do comando das Forças Armadas".

"Além de descontextualizar o que afirmei em entrevista a @CBNoficial, ameaça-me com notícia crime, equivocadamente baseada nos artigos 286 do Código Penal e 219 do Código Penal Militar", acrescentou.

"Nota que, mais uma vez, explicita o grau de politização do atual comando das Forças Armadas, tenta distorcer a crítica que fiz ao notório descontrole que impera em áreas da Amazónia, onde uma "holding do crime" age impunemente", disse.

Ciro Gomes, que se tem notabilizado por fazer ataques recorrentes ao também candidato Luís Inácio Lula da Silva e a Bolsonaro, acrescentou que "em nenhum momento disse que as Forças Armadas, enquanto instituições de Estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa".

"Afirmei -- e reafirmo -- que frente à desenvoltura com que um tipo de Estado paralelo age na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão", concluiu.