Parlamento búlgaro vota a favor do levantamento do veto à adesão de Skopje à UE
O Parlamento búlgaro votou hoje a favor do levantamento do veto à abertura de negociações para a adesão da Macedónia do Norte à União Europeia, tema seguido de perto na cimeira dos 27 que decorre em Bruxelas.
"A decisão foi aprovada com 170 votos a favor, 37 votos contra e 21 abstenções", anunciou Atanas Atanasov, vice-presidente do parlamento.
Agora a decisão tem de ser confirmada pelo governo cessante do pró-europeu Kiril Petkov, que já disse, na quinta-feira, estar pronto para agir "rapidamente".
A Macedónia do Norte está à espera de iniciar o processo de adesão à União Europeia desde 2005. A Grécia vetou o processou nos primeiros anos, até 2018, e depois foi Sofia a bloquear o caso desde 2020, no meio de longas disputas históricas e culturais.
Foi a mudança de posição de dois partidos da oposição búlgara, sobretudo o do antigo primeiro-ministro Boyko Borissov, que permitiu esta votação no parlamento.
O primeiro-ministro albanês, Edi Rama, já agradeceu a Boyko Borissov, por ter conseguido desbloquear com o seu voto o veto da Bulgária à adesão da Macedónia do Norte à União Europeia.
Numa mensagem na sua conta da rede social Twitter, Rama disse que tinha acabado de ser informado por telefone pelo próprio Borissov da votação parlamentar, adiantando não ter como "agradecer o detalhe de ter sido prontamente informado" e acima de tudo "agradecer-lhe por ter desempenhado um papel decisivo".
De acordo com o compromisso em cima da mesa, Skopje deve comprometer-se a alterar a sua constituição para incluir búlgaros em grupos étnicos reconhecidos e a "implementar" um tratado de amizade de 2017 que visa erradicar o discurso de ódio.
Sofia tem acusado Skopje de não proteger os direitos dos cidadãos búlgaros na Macedónia do Norte e de usar linguagem odiosa sobre o passado comum.
O veto búlgaro contra o início das conversações também afeta a Albânia, cujo caminho para a UE está ligado ao da Macedónia do Norte.
A guerra na Ucrânia colocou de novo em cima da mesa a questão do alargamento da UE aos Balcãs, que tem uma importância geoestratégica acrescida, e a pressão ocidental para que Sofia levantasse o seu veto aumentou.