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As sanções económicas à Rússia

É certo que não podemos dissociar a economia da irresponsável governação de alguns políticos irresponsáveis

Confesso que já não acredito que as sanções económicas aplicadas à Rússia estejam a surtir o efeito desejado uma vez que, aparentemente, a Europa está a sentir mais os efeitos económicos negativos do que a própria Rússia. Até os EUA estão a perder a batalha contra a inflação. Estou convicto que Putin espera apenas um pretexto para desencadear uma guerra à escala mundial. O custo dos bens alimentícios a subir exponencialmente, os preços da construção com o consequente aumento nas rendas na habitação e o aumento semanal dos combustíveis está a tornar-se um inferno para o consumidor, aquele que vive do rendimento do seu trabalho. Os reformados e pensionistas cujo parco rendimento mensal aumenta dez euros mas o cabaz de compras aumenta dezenas. Não tarda os governos serão obrigados a subsidiar todo o comércio para que o mercado possa funcionar. Todavia os grandes lobbies estão a aumentar, diariamente, os seus lucros mercê do mercado selvagem e desregrado cujos governos mundiais já não têm meios de controlar, ou seja, o dinheiro manda e os governos obedecem o que inverte substancialmente a essência da democracia. O lucro é desmedido porque os lobbies parecem estarem acima das regras democráticas. Isto é fácil de constatar pois se há um conflito bélico, uma crise pandémica, uma bolha imobiliária, uma crise na bolsa de New York ou, simplesmente, o Joe Biden se constipa mexe com todo o sistema económico e as consequências são sempre nefastas para a população. Como se esta conjuntura não fosse grave, a Euribor promete, em breve, chegar aos 2,5%.

A NATO diz que a guerra pode demorar anos mas eu não acredito visto que se a guerra demorar o sistema económico colapsa antes de acabar a guerra e as consequências serão tão nefastas como a própria guerra. Onde irá isto parar? Que soluções irão os governantes arranjar? Diz-se que as classes trabalhadoras ganham mal mas isso é ilusório, até poderiam ganhar o dobro que nunca chegaria, pois o custo de vida situar-se-á sempre um patamar acima do poder de compra. Não, não sou contra o sistema económico, ele é necessário desde que controlado pelo poder democraticamente eleito, pois o Mundo não pode estar refém deste sistema perverso e falso em que todo o sistema social está totalmente dependente do económico. Se vivemos, e aceitamos como o mais justo, o sistema democrático terá de ser os governos mandatados pelo povo a regrar (também) a economia.

É por demais evidente que este modelo de liberalismo económico está a colapsar e só uma reformulação profunda poderá evitar que o grande capital engula o pequeno e médio comércio e indústria, os grandes motores da economia, evitando que a miséria alastre.

É certo que não podemos dissociar a economia da irresponsável governação de alguns políticos irresponsáveis. Vimo-los a esbanjar dinheiros públicos como se não houvesse amanhã. A Madeira é exemplo flagrante disso com o G. R. a desbaratar milhões em projetos inúteis sem viabilidade e sem retorno financeiro. Fala em 170 milhões para aumento da Pontinha sem um estudo prévio para saber se o colossal investimento será rentável, gasta 45 milhões num projeto de algas que o mar do Porto Santo levou. São vias rápidas e túneis que não garantem um investimento sustentável. Já fala em reativar a Marina do Lugar de Baixo, e juntar mais milhões aos que já foram ali enterrados. Os madeirenses criaram a ilusão que dinheiro para o G.R. não é problema e olham as megalomanias impávidos e serenos como se nada tivessem a ver com isso. Porém, uns por desleixo outros por ignorância não perceberam que serão chamados a pagar a fatura através de impostos e medidas restritivas como foi o PAEF e o PAEL que condicionarão, ainda mais, o seu nível de vida. Sabem porque é que o G.R. não pode baixar o IVA? Porque a Região está a pagar um serviço da dívida altíssima por erros do passado. Os governos do PSD-M não fazem planos sustentáveis a longo prazo porque governam apenas para uma legislatura de 4 anos que lhe permita ganhar as eleições para o mandato seguinte. Parafraseando o poeta alemão Henry Charles Bukowski Jr; “o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas idiotas estão cheias de certezas.

Uma nota negativa para o presidente do GR que numa atitude prepotente e arrogante não participou nas comemorações do 10 de Junho, dia de Portugal, uma grosseira provocação à bandeira nacional. Qualquer cidadão deveria ser julgado por desrespeitar a soberania nacional.