Europol identificou nove suspeitos de tráfico de pessoas
A agência europeia para a cooperação policial (Europol) anunciou hoje que identificou nove suspeitos de tráfico de seres humanos que, através de esquemas 'online', se aproveitavam de ucranianos vulneráveis que tentam fugir da guerra no seu país.
Além daqueles suspeitos foram identificadas nove vítimas potenciais e mais de 40 plataformas suspeitas durante a operação policial a 23 de maio, indicou a Europol em comunicado.
A agência da União Europeia explicou que 93 investigadores tiveram como alvo "redes criminosas que preparam refugiados ucranianos para exploração sexual e laboral através de 'sites' e plataformas de redes sociais".
Os agentes concentraram-se em rastrear publicações que oferecem assistência a refugiados com transporte, alojamento e trabalho e monitorizar 'sites' de encontros e de recrutamento, bem como plataformas que oferecem serviços sexuais.
Muitas plataformas parecem estar a tomar medidas importantes para combater o seu uso indevido para o tráfico de refugiados, nomeadamente ucranianos, observou a Europol.
"No entanto, as autoridades encontraram um número significativo de postos de trabalho suspeitos dirigidos a mulheres ucranianas, alguns descritos como 'sessões fotográficas'", alertou ainda a polícia europeia.
"Os investigadores identificaram tentativas de atrair as vítimas com ofertas de um 'futuro brilhante', que as levaram à exploração sexual", disse a Europol, acrescentando que "foram detetadas atividades suspeitas numa vasta gama de plataformas, incluindo de língua russa".
As autoridades judiciais de 14 países da União Europeia participaram neste dia de ação 'online', liderado pelos Países Baixos. Foram abertas 15 novas investigações.
A Europol alertou em março para o risco de os refugiados ucranianos que fogem da invasão do seu país poderem cair em redes de tráfico humano quando chegam à UE, instando os países de acolhimento a permanecerem atentos.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas das suas casas -- mais de 7,7 milhões dos quais para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.