Berlim activa "nível de alerta" do plano para assegurar o fornecimento de gás
"Encontramo-nos numa crise de gás. O gás é agora um recurso escasso", disse o ministro da Economia, Robert Habeck, numa conferência de imprensa.
A Alemanha ativou hoje o "nível de alerta" do plano para assegurar o fornecimento de gás que aproxima o país das medidas de racionamento, na sequência de uma queda de 60% nas entregas de Moscovo através do gasoduto Nord Stream.
"Encontramo-nos numa crise de gás. O gás é agora um recurso escasso", disse o ministro da Economia, Robert Habeck, numa conferência de imprensa.
O Governo poderá "apoiar" os intervenientes no mercado para fazer face aos preços elevados.
Esta é a segunda fase do plano de abastecimento de gás alemão, que foi ativado em março, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
A terceira e última fase deste plano, baseada num modelo da União Europeia (UE), o "nível de emergência", permitiria ao Estado organizar o racionamento a fim de distribuir os volumes entre os particulares, as administrações e a indústria.
A decisão segue-se à queda de 60%, desde a semana passada, do fornecimento de gás via Nord Stream à Alemanha pelo grupo russo Gazprom, que reivindica um problema técnico.
Mas para o Governo alemão, é uma "decisão política", destinada a influenciar o 'braço de ferro' entre Moscovo e os países ocidentais sobre a guerra na Ucrânia.
Esta decisão teve um forte impacto em vários países europeus, em particular na Alemanha, Itália e França.
É verdade que as reservas na Alemanha são atualmente de 58%, um nível "mais elevado do que a média dos últimos anos".
Mas se as entregas através do gasoduto Nordstream "permanecerem a um nível baixo", o "nível de armazenamento de 90%" recomendado pela lei alemã "não será atingido", de acordo com o ministério.
É por isso que "devemos tomar todas as medidas necessárias para assegurar o nosso abastecimento" em antecipação do próximo inverno, disse Robert Habeck.
A Alemanha já anunciou no domingo a sua decisão de utilizar mais carvão para poupar gás, o que representaria 15% da eletricidade produzida em 2021.
Berlim anunciou também que a empresa estatal KfW tinha aberto uma linha de crédito de 15 biliões de euros para financiar a compra de gás, cujos preços dispararam, pelo responsável pela compra para a Alemanha, Trading Hub Europe.