Governo da Venezuela e oposição em Foro de Oslo sobre mediação de conflitos
A Noruega confirmou hoje que representantes das delegações do Governo do Presidente Nicolás Maduro e da Plataforma Unitária opositora da Venezuela estão naquele país, onde participam no Foro de Oslo sobre Direitos Humanos e mediação de conflitos no mundo.
"Congratulamo-nos com a presença de Jorge Rodríguez, em representação do Governo (de Nicolás Maduro) e Gerardo Blyde representando a delegação da Plataforma Unitária (opositora)", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Noruega.
O anúncio foi feito através do Twitter: "Esperamos que os esforços prossigam para retomar, a curto prazo, o diálogo e as negociações de Venezuela".
Em 18 de maio, a oposição venezuelana anunciou que tinha iniciado conversações formais para retomar o diálogo com o Governo do Presidente, Nicolás Maduro, horas depois de os EUA anunciarem estar a preparar o alívio de algumas sanções económicas à Venezuela.
"A delegação da Plataforma Unitária para as negociações entre venezuelanos, em conformidade com o Memorando de Entendimento assinado na Cidade do México a 13 de agosto de 2021, informa os venezuelanos e a comunidade internacional que iniciou conversações formais com a nossa contraparte, a fim de conseguir a sua rápida reativação", explica-se em comunicado.
O documento foi divulgado pela equipa do líder opositor, Juan Guaidó, pouco depois de uma reunião entre o chefe da delegação da oposição Gerardo Blyde, e o mais alto representante da delegação governamental.
"Reiteramos a nossa total vontade de construir de maneira urgente um grande acordo político que permita alcançar a recuperação da Venezuela através da reinstitucionalização democrática do país, a realização de eleições livres, justas e transparentes e a restituição dos direitos fundamentais para todos os venezuelanos", explica-se no documento.
Em 18 de maio, o Governo dos EUA anúncio estar a preparar o alívio de algumas sanções económicas à Venezuela, medida vista como uma tentativa de incentivar a retoma das negociações entre a oposição apoiada pelos norte-americanos e o Governo de Maduro.
As mudanças, que serão limitadas, permitem à Chevron negociar a sua licença com a petrolífera estatal PDVSA, mas não autorizam a prospeção ou exportação de qualquer petróleo de origem venezuelana, revelaram dois altos funcionários da administração norte-americana à agência de notícias Associated Press (AP).
As mesmas fontes acrescentaram que Carlos Erik Malpica-Flores, antigo gestor da PDVSA e sobrinho da primeira-dama da Venezuela, será removido da lista de indivíduos alvo de sanções, remoção que, segundo a imprensa venezuelana, já se concretizou.
Estas medidas surgem no seguimento de uma demonstração de abertura por parte de Maduro, após uma reunião, em março, com representantes do Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden.
Dezenas de venezuelanos, incluindo o procurador-geral do país e o responsável pelos serviços prisionais, e mais de 140 entidades, entre estas o Banco Central da Venezuela, continuam na lista de sanções.
O Departamento de Tesouro norte-americano continua a proibir transações com o Governo venezuelano e a PDVSA nos mercados financeiros dos EUA.
O próprio Presidente venezuelano está sob acusação nos Estados Unidos, acusado de conspirar para "inundar o país com cocaína" e usar o tráfico de drogas como "arma contra a América".
O Governo da Venezuela suspendeu as negociações com a oposição em outubro de 2021, após a extradição para os EUA de um importante aliado de Maduro por acusações de branqueamento de capitais.
O chefe de Estado venezuelano condicionou o regresso à mesa de negociações à libertação do empresário Alex Saab, que foi extraditado de Cabo Verde.
Os EUA e outros países deixaram de reconhecer Maduro como Presidente depois de o acusarem de fraude eleitoral na sua reeleição, em 2018.
Desde então os EUA mostram apoio a Juan Guaidó, que era na altura o líder do Congresso dominado pela oposição e que se mantém como líder da Plataforma Unitária.