Atrás de mim virá quem, de mim, bom fará

Em tempos não muito longínquos era muito comum ouvir dizer "o papel tudo consente ". Hoje, o papel deu lugar aos teclados, mas o sentido é exatamente o mesmo. As redes sociais, ao alcance de todos, dá-nos a oportunidade de fazermos valer as nossas opiniões e tecermos os mais diversos comentários sobre tudo, ou quase tudo, o que vamos lendo, vendo e ouvindo nos mais diversos contextos.

Nas redes sociais cabem todos, até os idiotas e imbecis. Porém, uma coisa é o que circula nessas redes, verosímel ou não, outra é o que se passa na realidade, bem à vista dos nossos olhos e debaixo dos nossos narizes, que não deixa qualquer margem para o benefício da dúvida, se dúvidas houvesse.

Por mais que se tente dissimular ou manter em secretismo absoluto acções/reacções de atitudes pouco ortodoxas, há sempre uma frecha passível de escape de alguma ponta solta. Não há "crimes" perfeitos, nem "almoços grátis". Da mesma forma que há quem "não mete prego sem estopa", há quem se sirva das fragilidades alheias para proveito próprio e como trampolim para saltos mais altos. Todavia, conseguidos os seus intentos, rapidamente passa tudo ao arquivo do esquecimento. Há promessas que demoram a cumprir e outras que nunca se cumprem. Uns são "enganados" voluntariamente, outros pela sua ingenuidade, de boa fé, pois incapazes de tramas e tramóias nem sonham que serão vítimas da sua honestidade. Há muita bondade bolorenta. Há muito mau carácter travestido de bondade. A maldade começa pelos olhos e pelo pensar. Do alto dos seus "tronos", inebriados pelo poder, provavelmente nem darão conta das consequências devastadoras de certas acções. Acharão, com certeza, que se pode saltar ao eixo sobre a mediocridade, o espalhafato, a hipocrisia, o cinismo e a intolerância.

Ninguém censura os que, em silêncio cúmplice, protegem os prevaricadores, mas quem ousa pôr o dedo nas "feridas" é segregado, pois vigora o temor reverencial aos pequenos poderes. Qualquer um de nós, sem acepção de raça, cor ou credo DEVERIA ter a liberdade de ser autêntico, sem medo do outro. Infelizmente, prevalece a partidarite obscena que divide, ostraciza e afugenta, ávida de louros. Gente que vive na ânsia de protagonismo não admite concorrência, mesmo que isso signifique atropelar direitos e ferir gravemente a dignidade de terceiros.

Creio que, pouco a pouco, algumas "máscaras irão caindo, porque "não há mal que sempre dure, nem bem que sempre ature".

Entretanto...

Madalena Castro