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Partidos franceses pedem voto de confiança do Governo na Assembleia Nacional

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EPA/GONZALO FUENTES / POOL MAXPPP OUT

Os partidos franceses com representação parlamentar passaram nos últimos dois dias no Palácio do Eliseu rejeitando uma coligação alargada para governar o país nos próximos dias e pedindo que o Governo apresente um voto de confiança na Assembleia Nacional.

"Nada deve impedir que se passe perante o crivo democrático. A primeira-ministra deve solicitar um voto de confiança na Assembleia, se ela não a tiver, deve demitir-se", disse hoje Jean-Luc Mélenchon depois de o Presidente ter pedido para os partidos franceses clarificarem as suas posições para o futuro da França.

Emmanuel Macron deu um prazo de dois dias para os partidos políticos franceses clarificarem as suas posições de forma a evitar um imobilismo no país, já que não havendo maioria na Assembleia, não haverá produção legislativa no país.

À esquerda, a França Insubmissa foi clara sobre a recusa de uma coligação, pedindo que a primeira-ministra, Elisabeth Borne teste a solidez do seu Governo no início de julho, na Assembleia Nacional, através de um voto de confiança. Nessa altura, Elisabeth Borne vai apresentar perante o 577 deputados do Parlamento francês as prioridades do seu Governo.

O Partido Socialista também recusou entendimentos e disse que não assina cheques em branco.

"Esta noite o Presidente não disse nada de fundo e manda-nos assinar um cheque em branco numa coligação para um projeto claro que ele não divulgou nem nas eleições presidenciais, nem nas eleições legislativas", sublinhou também esta noite Olivier Faure, líder do Partido Socialista. 

Caso o discurso de Borne não esteja à altura das expectativas, os comunistas a não excluem juntar-se a uma moção de censura contra o Governo.

"É preciso que Elisabeth Borne ouça a França, há muita revolta e muita esperança na mudança, se ela ficar num discurso que já ouvimos durante as eleições, ela vai sair derrotada porque vamos votar contra as suas medidas", garantiu Fabien Roussel, líder dos comunistas.

Já à direita, Os Republicanos, que têm o número necessário para uma maioria absoluta se se juntarem à força do Presidente, recusaram também na terça-feira uma coligação.

"Nós permanecemos na oposição de maneira determinada, mas responsável", disse Christian Jacob.

Na extrema-direita, que detém o maior grupo da oposição com 89 deputados, Marine Le Pen assegurou que o Presidente tinha falado na possibilidade de um governo de união nacional, tendo recusado fazer qualquer outro comentário a essa possibilidade.

No entanto, o ministro dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, indicou que "não haverá alianças de circunstância" com a União Nacional de Marine Le Pen nem "um acordo político".