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Macron pede a partidos que clarifiquem as suas posições

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Foto: EPA/GONZALO FUENTES / POOL MAXPPP OUT

O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu hoje às diferentes forças políticas francesas que clarifiquem as suas posições para que o país não caia num impasse político, dizendo que não haverá, por enquanto, um Governo de união nacional.

"É preciso clarificar nos próximos dias a responsabilidade e cooperação que as diferentes formações da Assembleia Nacional estão dispostas a tomar. Entrar numa coligação de governo e ação, comprometerem-se a votar simplesmente alguns textos? Quais? Para avançar de forma útil cabe aos grupos políticos dizerem até onde querem ir", disse hoje Emmanuel Macron numa mensagem dirigida aos franceses e transmitida pela televisão.

O Presidente francês falou hoje pela primeira vez após as eleições legislativas de domingo passado que deram uma maioria relativa à sua força política, deixando a França, pela primeira vez na V República, sem uma maioria parlamentar clara.

Na mesma intervenção, Macron afirmou que ouviu os partidos nos últimos dois dias, colocando de lado, desde já, uma coligação alargada.

"Acho que estou a transmitir de forma justa as nossas reuniões dizendo que todos os grupos políticos mostraram respeito pelas instituições e a vontade de evitar um bloqueio no país [...], a maior parte dos dirigentes que recebi, excluíram a hipótese de um Governo de união nacional, o que, para mim, também não se justifica nesta altura", garantiu.

Emmanuel Macron disse ainda aos franceses que respeitará as escolhas feitas nas eleições, ou seja, que a dissolução não está em cima da mesa, e que todos terão de aprender a governar e legislar de forma diferente.

"Nenhuma força política pode hoje fazer as leis sozinha e a maioria presidencial é relativa, a sua responsabilidade é de se alargar. Através de uma coligação ou através de acordos lei a lei. Sim, para agir no vosso interesse, temos de aprender coletivamente a governar e legislar de outra maneira", declarou.

O chefe de Estado francês vai estar quinta e sexta-feira em Bruxelas, a participar num Conselho Europeu, dando a entender na sua mensagem que esse é o prazo para todos os partidos se manifestarem definitivamente sobre como será possível aprovar importantes reformas em França, reformas essas que necessitam de uma maioria absoluta no parlamento.

O recém-reeleito Presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria absoluta na Assembleia Nacional na segunda volta das eleições legislativas que decorreram no domingo.

A coligação Ensemble!, que apoia o chefe de Estado francês, conseguiu eleger 245 deputados, abaixo dos 289 necessários para alcançar a maioria absoluta.

Na segunda posição, com a eleição de 131 deputados, surge a coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), sob a liderança de Jean-Luc Mélenchon e que reúne forças diversas deste quadrante político como a França Insubmissa, os socialistas, ecologistas e comunistas.

Já a extrema-direita francesa, representada pela União Nacional (Rassemblement National) de Marine Le Pen, foi a terceira força política mais votada na segunda volta de domingo e conseguiu o seu melhor resultado de sempre ao conquistar 89 assentos parlamentares.

Nas eleições de 2017, a força política de Le Pen tinha alcançado a eleição de apenas oito deputados.