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Banco Central brasileiro diz que continuará a aumentar os juros para conter a inflação

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O Banco Central do Brasil disse hoje que continuará a aumentar as taxas de juros para conter a subida dos preços no país, mas admitiu que a inflação em 2022 será de 8,8%, acima do esperado pelo mercado.

A informação consta na ata da última reunião do Comité de Política Monetária (Copom), em que o órgão emissor justificou o aumento da taxa de juros para 13,25% ao ano, seu maior nível desde dezembro de 2016, como uma nova tentativa de conter a inflação no país, já que com a subida da taxa de juros o custo do dinheiro ainda não teve o impacto esperado na economia.

"Devido ao desfasamento da política monetária, ainda não se observou o esperado efeito de contração, bem como o impacto na inflação corrente", portanto o Copom avaliou que manter a taxa em 13,25% "não garantiria, neste momento, a convergência da inflação próximo da meta no horizonte relevante".

O Banco Central brasileiro, de acordo com a ata, prevê que o país termine 2022 com uma inflação de 8,8%, apesar de a taxa homóloga até maio ter ultrapassado os 11%.

Até maio passado, o Copom projetava uma inflação para este ano de 7,9%, que já aumentou quase um ponto percentual.

Levando em conta "um cenário de risco", com variações na taxa de câmbio e no preço internacional do barril de petróleo, o comité considera que o Brasil terá uma inflação de 4% em 2023 e 2,7% em 2024.

Os economistas consultados semanalmente pelo Banco Central no boletim Focus preveem que o Brasil encerrará 2022 com inflação de 8,5%, que, embora seja inferior à de 2021 (10,06%), quase dobrará a meta almejada pelo órgão emissor pelo segundo ano consecutivo.

Analistas também projetam inflação de 4,7% em 2023 e 3,25% em 2024, ambas acima das estimativas do Governo brasileiro.

No entanto, "as projeções do cenário de referência não incorporam o impacto das medidas fiscais de redução de preços de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações que estão em andamento" e são lideradas pela base aliada do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sublinha a ata.

O Banco Central brasileiro "avalia que o cenário global continua a ser marcado por pressões inflacionistas que decorrem tanto de uma persistente alta procura de bens, como de choques de oferta ligados à guerra na Ucrânia e à política chinesa de combate à covid-19".

A autoridade monetária também prevê que a taxa básica de juros caia dos atuais 13,25% para 10,0% em 2023 e 7,5% em 2024.

Segundo analistas de mercado, o aumento dos preços no Brasil, assim como o aumento dos juros pagos para emprestar dinheiro, trará, consequentemente, uma menor taxa de crescimento económico para o país em 2022, que está estimado entre 1,2% e 1,5%.

A economia brasileira cresceu 4,6% em 2021, seu maior aumento na última década e que compensou a queda histórica que o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu em 2020 devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus.