“Quem serve as Forças Armadas e é vigilante da Natureza tem que aceitar que há constrangimentos”
À margem da audiência com a Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, o Representante da República, o Juiz Conselheiro Ireneu Barreto, abordou a recente polémica instalada a propósito da rendição dos polícias marítimos e vigilantes da natureza, afirmando que tem acompanhado a situação e, sem querer tomar partido, relembrou que antes de existir Polícia Marítima nas Ilhas Selvagens, há muitos anos que a rendição era de 21 dias.
“Evidentemente que se pode dizer que 21 dias é muito, mas quem serve as Forças Armadas e se entrega à função de ser vigilante da Natureza tem que aceitar que tem de haver constrangimentos”, frisou, reconhecendo, no entanto, que o ideal seria que houvesse uma rendição mais frequente.
Se fossem por 15 dias, quase todas as semanas havia um empenhamento do navio da Marinha para fazer essa rendição, portanto aceito que o ideal talvez não seja este, mas nos tempos actuais tempos, temos que aceitar as decisões que foram tomadas pela Marinha Ireneu Cabral Barreto
O Juiz Conselheiro também aproveitou para salientar que existem duas lanchas na Marinha, que têm as suas vantagens. “Elas conseguem entrar em determinados sítios da nossa costa que um navio de maior porte não consegue”, explicou, sublinhando que a fiscalização que estas lanchas conseguem fazer é superior em qualidade aquela que um navio de maior dimensão faça.
“A população pode estar tranquila, porque os meios que estão na Madeira são suficientes, adequados e compatíveis com as missões diversas que têm a seu cargo”, destacou.
Sobre a audiência com a Ministra da Defesa Nacional, que se realizou esta tarde, no Palácio de São Lourenço, Ireneu Barreto explicou que serviu para reforçar a importância das Forças Armadas, em geral na Região, porque considera que estas prestam um serviço estruturante para a nossa vivência colectiva.
“Sem as Forças Armadas a nossa autonomia não tinha a qualidade que tem e foi isso que afirmei à Sra. Ministra, fazendo referência a algumas necessidades que espero que possam ser colmatadas a curto prazo”, frisou, acrescentando que também teve oportunidade para desejar-lhe “o maior sucesso” para a sua nova missão de servir o país como Ministra da Defesa Nacional.