Kiev promete "aquecer campo de batalha" com armas enviadas por Berlim
A Ucrânia recebeu e integrou no seu arsenal lança obuses autopropulsionados Panzerhaubitze (PzH) 2000, enviados pela Alemanha, anunciou hoje o ministro da Defesa ucraniano, que prometeu "aquecer o campo de batalha" com as novas armas.
"Os Panzerhaubitze 2000 fazem finalmente parte do arsenal de obuses de 155mm da artilharia ucraniana", disse Oleksiy Reznikov na rede social Twitter, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Reznikov agradeceu os esforços da Alemanha para ajudar militarmente a Ucrânia.
As armas alemãs chegaram à Ucrânia após semanas de negociações entre Kiev e os seus aliados ocidentais para receber "armas poderosas" capazes de repelir os ataques russos na região do Donbass, no leste do país.
"Os nossos artilheiros vão aquecer o campo de batalha", disse Reznikov, que ilustrou o anúncio com uma foto de dois PzH 2000 em ação.
A Alemanha tinha anunciado, no início de maio, que iria fornecer sete PzH 2000 à Ucrânia, mas sem especificar quando é que as entregas ocorreriam.
As autoridades Berlim ainda não confirmaram a entrega dos PzH 2000, nem o número de unidades que já estão na Ucrânia.
Os PzH 2000 são fabricados pela empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann (KMW).
As unidades destinadas à Ucrânia provêm dos 'stocks' de manutenção do exército da Alemanha, disse a ministra da Defesa, Christine Lambrecht, no início de maio.
Além do envio das armas, a Alemanha ofereceu o treino dos militares ucranianos para a sua utilização.
Os PzH 2000 alemães serão adicionados a outras cinco armas do mesmo tipo que os Países Baixos anunciaram recentemente que forneceriam a Kiev.
O Governo de Olaf Scholz tem sido severamente criticado na Alemanha, mas também por parceiros europeus como os Estados Bálticos e a Polónia, que consideram o seu apoio militar à Ucrânia demasiado tímido.
Após limitar a sua ajuda a armas defensivas, Berlim decidiu finalmente enviar equipamento pesado e também anunciou, no final de abril, que iria fornecer a Kiev 15 tanques do tipo "Guepard".
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 118.º dia, foi desencadeada pela invasão russa de 24 de fevereiro, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
A Rússia designa oficialmente a ofensiva na Ucrânia como uma "operação militar especial".
Ao lançar a operação, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava a responder a um pedido de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, cuja declaração unilateral de independência tinha reconhecido dias antes.
Donetsk e Lugansk integram a região do Donbass, cujas forças separatistas pró-russas lutam contra a autoridade de Kiev desde 2014, com apoio de Moscovo.
A guerra separatista no Donbass começou na mesma altura em que a Rússia invadiu e anexou a península ucraniana da Crimeia.
A invasão da Ucrânia foi criticada pela generalidade da comunidade internacional.
A União Europeia (UE) e vários países, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão, têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia e fornecido equipamento militar à Ucrânia.