Zelensky visitou em segredo frente de guerra em Lyssychansk
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou em segredo Lyssychansk, a leste de Lugansk, onde decorre a maior ofensiva do exército russo, informou o 'site' noticioso O Independente de Kiev.
De acordo com a deputada ucraniana Mariana Bezugla, o Presidente visitou recentemente e "secretamente" esta cidade-chave perto da linha de frente e vizinha de Severodonetsk onde decorrem intensos combates.
Hoje, as autoridades russas garantiram que Lyssychansk está isolada e sob fogo intenso das forças militares comandadas por Moscovo, que comentaram a "alegada" visita do Presidente ucraniano.
"O regime de Kiev divulgou informações sobre a alegada viagem 'secreta' de Zelensky a Lyssychansk, onde esteve debaixo de fogo", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov, no seu relatório de guerra.
Zelensky já tinha visitado a região de Mikolaiv, em 18 de junho, na frente de guerra com o Exército russo no sul do país, naquela que foi então uma das suas primeiras saídas da capital desde o início da guerra, em fevereiro.
Duas semanas antes, Zelensky também deixou Kiev, pela primeira vez desde o início da invasão russa, para uma viagem a Kharkov, no nordeste, e teve ainda uma breve incursão na região de Zaporijia, no sul.
Lyssychansk está localizada a poucos quilómetros da cidade de Severodonetsk, controlada quase inteiramente por tropas russas, exceto na zona industrial onde está localizada a fábrica de produtos químicos Azot.
Nessas instalações, segundo as autoridades locais, mais de 500 civis e um número indeterminado de soldados ucranianos ainda resistem.
No relatório de guerra, Konashenkov garantiu que "o agrupamento de tropas ucranianas na zona de Lyssychansk está sem possibilidade de abastecimento e sob o controlo de fogo das Forças Armadas russas", concluindo que lhe resta apenas a "rendição".
"As reservas para compensar as perdas estão esgotadas. Os batalhões de defesa territoriais, que chegam das regiões ocidentais da Ucrânia para reforço, recusam-se a avançar para a linha de frente", disse o comandante russo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou 4.569 civis e causou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas -- mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.