UE avança com infraestrutura digital para preservar património cultural europeu
A Comissão Europeia lançou hoje um diálogo com os Estados-membros com vista à criação conjunta de uma infraestrutura digital para salvaguardar os tesouros culturais europeus, a "nuvem colaborativa para o património cultural", que promete uma cooperação transdisciplinar sem precedentes.
Com um orçamento previsto de 110 milhões de euros até 2025, e convites à apresentação de propostas a serem lançados em 2023 e 2024, esta 'cloud' visa promover a cooperação e a cocriação entre os setores cultural, criativo e tecnológico, apontando o executivo comunitário que se tratará de "uma infraestrutura única que permitirá uma colaboração transdisciplinar e em larga escala sem precedentes entre especialistas, tais como estudiosos do património cultural, curadores, arquivistas e conservadores".
Segundo Bruxelas, a "nuvem colaborativa" fornecerá tecnologias de ponta para a digitalização de artefactos, investigação de obras de arte e documentação de dados, o que "acrescentará uma nova dimensão digital à preservação, conservação e restauro do património cultural", sendo o seu objetivo "facilitar o acesso a tecnologias avançadas e remover barreiras para instituições mais pequenas e remotas".
A Comissão Europeia sublinha que, "até à data, apenas 30% a 50% das coleções culturais na Europa foram digitalizadas", sendo as percentagens "ainda mais baixas para as representações tridimensionais de grandes estruturas e paisagens do património cultural, a base para uma investigação científica aprofundada".
Além disso, "a maioria das normas em utilização não são uniformes, rastreáveis ou seguras, pondo em risco os tesouros culturais tangíveis e intangíveis da Europa", acrescentou o executivo comunitário.
"O rico património cultural da Europa vai entrar numa nova dimensão digital com a 'Nuvem Colaborativa Europeia para o Património Cultural'. Este esforço europeu facilitará a cooperação entre investigadores, curadores e profissionais de museus, a fim de salvaguardar o nosso património cultural, permitir um acesso fácil aos conteúdos culturais e permitir que as gerações futuras os desfrutem durante anos", comentou hoje a comissária europeia para a Inovação e Investigação.
Mariya Gabriel acrescentou que a nova infraestrutura "irá também oferecer novas oportunidades a museus e instituições culturais de menor dimensão para avançar na digitalização e trabalhar em conjunto em projetos conjuntos num espaço de trabalho seguro e altamente profissional".