Dezenas de milhares de manifestantes na Geórgia para pedir adesão à UE
Dezenas de milhares de manifestantes desfilaram hoje em Tbilissi, capital da Geórgia, para pedir a adesão à União Europeia (UE) desta ex-república soviética do Cáucaso.
Os manifestantes, cerca de 60.000 segundo a agência noticiosa AFP, agitaram bandeiras da Geórgia e da UE, alguns dias após a recomendação da Comissão Europeia de aguardar por nova ocasião antes de conceder o estatuto de candidato à adesão.
Diversas organizações pró-europeias e o conjunto das formações da oposição apelaram a uma "marcha pela Europa" na noite de hoje em Tbilissi, para "provar o compromisso do povo georgiano na sua escolha europeia e com os valores ocidentais".
"A Europa é uma escolha e uma aspiração históricas para os georgianos, para todas as gerações que fizeram sacrifícios", declararam os organizadores em comunicado.
"A liberdade, a paz, o desenvolvimento económico sustentável, a proteção dos direitos humanos e a justiça são valores que nos unem a todos e que serão garantias para uma integração na União Europeia", acrescentaram.
Esta concentração destinou-se a enviar um sinal a Bruxelas, quando os dirigentes europeus se preparam para discutir nesta semana a eventual concessão de um estatuto de candidato oficial à Geórgia, uma decisão que deverá abranger a Ucrânia e Moldova.
Caso a Comissão Europeia emita um parecer positivo relacionado com a Ucrânia e Moldova, em Bruxelas admite-se que na próxima sexta-feira seja pedido à Geórgia que proceda a reformas, em particular políticas, antes de poder pretender esse estatuto.
O Executivo europeu recomendou que seja concedida à Geórgia "uma perspetiva de se tornar membro da União Europeia", uma situação que não possui valor jurídico.
"Cabe à Geórgia acelerar [as reformas] e avançar para esta porta aberta", comentou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
O Partido do Sonho Georgiano, no poder em Tbilissi, manifestou-se "feliz" por possuir "um roteiro concreto", mas considerou "lamentável" que a Comissão não tenha apoiado o estatuto de candidato no imediato.
Nos últimos anos, o Governo georgiano tem sido crescentemente criticado devido à situação dos direitos humanos, com diversas organizações não governamentais (ONG) a manifestarem inquietações, em particular sobre o recuo da liberdade de expressão.