Autoridades ucranianas confirmam perda de aldeia perto de Severodonetsk
A Ucrânia confirmou hoje que perdeu o controlo de Metolkine, horas depois de a Rússia ter reivindicado a captura daquela aldeia dos arredores de Severodonetsk, na região de Lugansk (leste).
"Infelizmente, já não controlamos Metolkine", disse o governador regional de Lugansk, Serguei Gaidai, citado pela agência francesa AFP.
A captura de Metolkine, que tinha cerca de mil habitantes antes da guerra, é o mais recente desenvolvimento da ofensiva russa contra Severodonetsk, que dura há várias semanas e onde as forças de Moscovo encontraram uma forte resistência ucraniana.
O Ministério da Defesa russo anunciou, no domingo, que a ofensiva contra Severodonetsk estava a "decorrer com sucesso".
"Unidades da Milícia Popular da República Popular de Lugansk, apoiadas pelas forças armadas russas, libertaram a localidade de Metolkine", a sudeste de Severodonetsk, disse o ministério.
As tropas russas têm vindo a avançar lentamente na região do Donbass, que inclui Lugansk e Donetsk, onde concentraram os seus esforços militares após terem sido expulsas de áreas em redor de Kiev.
A fábrica de químicos Azot em Severodonetsk, onde as autoridades ucranianas dizem que se esconderam centenas de civis, está a ser "constantemente bombardeada" pelas forças russas, de acordo com Gaidai.
O presidente da câmara de Severodonetsk, Olexander Stryuk, disse hoje à televisão ucraniana que o exército russo controla a maior parte das áreas residenciais da cidade.
"Se falarmos de toda a cidade, mais de um terço ainda é controlado pelas nossas forças armadas. Os russos controlam o resto", disse Stryuk, citado pela AFP.
"Há combates de rua 24 horas por dia", contou o autarca, acrescentando que as tropas ucranianas têm sido regularmente bombardeadas pelos russos.
A retirada de civis de Severodonetsk deixou de ser possível após a destruição recente da última ponte que permitia a ligação para a cidade vizinha de Lyssychansk.
A guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa de 24 de fevereiro, entrou hoje no 117.º dia, mas desconhece-se o número de baixas civis e militares.
A ONU conseguiu confirmar, até agora, a morte de mais de 4.500 civis, mas tem alertado que o número será consideravelmente superior por dificuldades de acesso a várias zonas do país devido aos combates.