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Chega vai hoje pedir demissão da ministra da Saúde

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O Chega vai pedir hoje a demissão da ministra da Saúde na sequência do encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia de vários hospitais do país, considerando que Marta Temido não tem "condições políticas" para continuar no Governo.

"O Chega vai hoje mesmo escrever ao senhor primeiro-ministro a pedir-lhe a demissão da ministra da Saúde por falta de condições políticas evidentes para continuar no exercício do cargo", afirmou o presidente do partido num vídeo enviado à comunicação social.

André Ventura lembrou que o seu partido requereu um debate de urgência no parlamento sobre a situação nas urgências de obstetrícia e ginecologia, mas criticou que "a ministra da Saúde, chamada ao parlamento, não deu nenhuma justificação acerca do caos do Serviço Nacional de Saúde".

Defendendo que "não se pede a demissão de ministros sem que eles possam esclarecer os motivos pelos quais falharam ou pelos quais os serviços que tutelam estão em desorganização e em caos absoluto", o líder do partido de extrema-direita apontou que Marta Temido "continuou sem apresentar nenhuma solução e a apresentar um plano de contingência que não vai resolver absolutamente nada".

E referiu que, se a ministra da Saúde estava de férias quando a situação nos hospitais se começou na complicar, como noticiou o semanário Nascer do Sol, isso "é absolutamente inadmissível e intolerável".

Por isso, o Chega entende "que não se deve esperar mais, e o senhor primeiro-ministro deve, tão depressa quanto possível" substituir a ministra por "um novo rosto, capaz de assumir a luta, assumir as dificuldades, assumir os desafios, não fugir, não virar a cara e assumir que há muito trabalho a fazer na saúde".

"E esse trabalho não se coaduna com o que a senhora ministra Marta Temido tem feito", defendeu André Ventura.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro afirmou que mantém a confiança na ministra na Saúde e nas medidas anunciadas.

"Com certeza, como sabe é um clássico da oposição pedir demissão de membros do Governo", afirmou António Costa em declarações aos jornalistas.

Nos últimos dias, alguns serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos de vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.

A ministra da Saúde anunciou um "plano de contingência" até setembro para fazer face ao problema que se vive no setor, com a criação de uma comissão para acompanhar a resposta das urgências de ginecologia e obstetrícia e bloco de partos dos hospitais, a abertura de cerca de 1.600 vagas para médicos recém-especialistas e a atualização salarial para clínicos em serviço de urgência.