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Adesão da Turquia "importante" para UE na integração de muçulmanos

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O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros turco defendeu hoje, numa audiência no parlamento, a importância da adesão da Turquia à União Europeia, salientando benefícios na integração dos muçulmanos que vivem na Europa e na imagem europeia no mundo árabe.

"A adesão da Turquia, como um Estado secular, à União Europeia [UE] será o acesso mais importante e benéfico de todas as adesões, porque nenhum outro país pode ajudar a travar a radicalização na Europa, nenhum outro poderá ajudar à integração integral de 25 milhões de muçulmanos em países da UE, nenhum outro Estado-membro poderá contribuir como a Turquia para a estabilidade, de viver em conjunto, de respeitar todas as diferenças, todas as cores na UE", defendeu Faruk Kaymakci.

O responsável governamental turco compareceu hoje numa audiência perante a Comissão de Assuntos Europeus do Parlamento português, numa sessão dominada pelas perspetivas de adesão da Turquia à União Europeia, um processo formalmente iniciado em 2006 mas que permanece bloqueado.

"Esta Turquia secular, com uma larga maioria de população muçulmana, é o maior benefício para a Europa que poderemos fornecer. Para não mencionar a economia, defesa, segurança, geopolítica, e outras questões", insistiu Faruk Kaymakci, também responsável pelo 'dossier' das relações com a UE no ministério de Ancara.

"Também podemos ter acesso ao Médio Oriente, e outras culturas, e livrarmo-nos da imagem negativa da UE. Porque aos olhos do mundo muçulmano, a Europa é imperialista, é preconceituosa, não é tolerante, e por vezes também acusam a Europa de racista", recordou ainda perante os deputados da Comissão presidida pelo deputado do PS Luís Capoula Santos, e no período de respostas às questões entretanto colocadas.

"Temos de alterar esta situação, é importante, e a Turquia pode desempenhar um importante papel nesta formação da Europa. Mas a Turquia também tem sido marginalizada, discriminada, aceitemo-lo. E isso também tem conduzido ao abrandamento das reformas, mas em termos de perspetivas de adesão a Turquia tem de ser tratada de forma justa", enfatizou Faruk Kaymakci, ao recorrer a um habitual argumento das autoridades de Ancara.

Já na fase final das suas alegações, e numa nova alusão à guerra no leste europeu na sequência da invasão militar russa da Ucrânia, deixou um sinal de alento para o seu país.

"Na sequência desta crise da Rússia, podemos tornar esta crise numa oportunidade para restaurar a confiança e encorajar a Turquia a prosseguir no aprofundamento das reformas e aproximar-se do caminho da adesão à UE".