Israel destruiu as casas de 68 palestinianos em menos de um mês
Israel demoliu as casas de 68 palestinianos - incluindo 35 menores - numa zona rural no sul da Cisjordânia ocupada, após o Supremo Tribunal israelita ter autorizado em maio a expulsão de cerca de 1.200 residentes naquele local, foi hoje denunciado.
Na manhã de hoje, "funcionários da Administração Civil chegaram com escolta do Exército e da Polícia Fronteiriça" à localidade de Khirbet al-Fakhit, na região de Masafer Yatta, e com a ajuda de 'bulldozers' "demoliram as casas de duas famílias, com um total de 13 pessoas, incluindo sete menores", disse a organização não governamental (ONG) B'Tselem, citada em comunicado.
Além disso, dois armazéns de forragem e equipamentos agrícolas, que haviam sido reconstruídos após a sua demolição em 11 de maio, foram novamente destruídos, acrescentou a ONG.
Mais tarde, as forças israelitas foram para a cidade vizinha de Khirbet al-Markaz, "onde demoliram as casas de duas famílias, com um total de oito pessoas, incluindo dois menores", adiantou B'Tselem, que defende os direitos humanos.
De acordo com ONG, as demolições foram precedidas por outras em escala ainda maior no dia 11 de maio.
Nesse dia, as forças israelitas chegaram à aldeia de At-Tuwani, "onde demoliram uma casa em construção destinada a uma família de nove membros, incluindo sete menores".
Em Khirbet al-Fakhit, demoliram "as casas de três famílias que somam 24 pessoas no total, incluindo 15 menores".
E em Khirbet al-Markez, outras cinco estruturas que serviam de moradia para "quatro famílias de 14 pessoas, incluindo quatro menores" foram demolidas.
Em 04 de maio, a Supremo Tribunal de Israel autorizou a expulsão definitiva dos residentes de Masafer Yatta, uma região desértica no sul de Hebron com cerca de 20 quilómetros quadrados, para transformá-la numa área de treino militar.
São cerca 1.200 palestiniano -- incluindo 500 crianças -- que, se fossem expulsos, liderariam um dos maiores despejos em território ocupado desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.
Os juízes rejeitaram as provas apresentadas pelos habitantes, que provaram a sua residência permanente no local antes de Israel o converter, em 1981, na Zona de Treino 918.
Esses terrenos estão localizados na Área C da Cisjordânia, que, de acordo com os Acordos do Oslo de 1993, está sob controlo militar e administrativo israelita.