Plataforma flutuante começa a extrair gás ao largo de Moçambique
A plataforma flutuante Coral Sul começou a extrair gás natural ao largo de Cabo Delgado, norte de Moçambique, anunciaram ontem o Governo e a petrolífera Eni em comunicado.
O gás vai ser processado na plataforma, estacionada a vários quilómetros da costa, para começar a ser exportado "no segundo semestre deste ano", acrescentou.
Trata-se do primeiro projeto para comercializar gás das reservas moçambicanas do Rovuma, que estão entre as maiores do mundo.
Ao contrário dos projetos em terra, que ainda não chegaram a avançar devido à insurgência armada que afeta a província de Cabo Delgado, o projeto em mar alto chega à fase de produção dentro dos prazos anunciados no lançamento, em 2017.
A produção do projeto Coral Sul vai ser toda vendida à petrolífera BP durante 20 anos, com opção de extensão por mais 10.
Moçambique espera colocar todos os projetos de exploração a funcionar a tempo de converter aquelas reservas em receitas para o Estado.
Além de precisar de verbas para o desenvolvimento do país, um dos mais pobres do mundo, Moçambique tem já comprometidas verbas do gás para a amortização de parte das dívidas ocultas - escândalo de corrupção com 2,7 mil milhões de dólares de garantias do Estado emitidas secretamente em 2013 e 2014.
Moçambique aposta no gás como fonte de energia de transição para outras mais limpas, logo, com maior longevidade, e aponta ainda como vantagem o teor de carbono mais reduzido do gás do Rovuma, tecnicamente classificando como mais limpo.
A bacia do Rovuma tem três projetos aprovados: a plataforma flutuante da Área 4, um projeto orçado em 6,12 mil milhões de euros, tem como meta produzir 3,4 milhões de toneladas de gás natural por ano (mtpa).
Os outros dois têm uma produção prevista quatro vezes maior cada um, logo, com maior capacidade de gerar receita, mas ainda ninguém tem a certeza quando vão ser realidade.