Do lado oposto
Em plena guerra com uma absurda invasão da prepotente Rússia à Ucrânia e no rescaldo (?) de uma pandemia, um olhar atento à política Regional, deixa-nos atónitos com a argumentação exercida pelos partidos fora do arco do poder tendo em conta o momento que se vive. Que é grave e tende a piorar. As consequências e as contas da Covid ainda estão por apurar e já estamos com novos cenários bem negros à nossa frente. Cada vez mais somos vítimas deste desregrado Putin que se lambuza na prepotência e ignora toda a diplomacia e leis internacionais. O resultado está bem à vista. As famílias já sentem no bolso o aumento dos preços dos bens essenciais derivado de uma subida em flecha dos combustíveis e da falta de matéria prima como a farinha. Para quem sobrevive apenas à custa do salário, mas com empréstimos da banca, vem aí um duro golpe com o aumento para o dobro daquilo que agora paga de juros. Por exemplo por cada cem mil euros emprestados, os juros a pagar vão custar duas vezes mais. O próximo ano, 2023, vai ser duro para as famílias. Na Região, o governo tenta mitigar estas consequências baixando os impostos sobre os combustíveis ou controlando o preço das matérias primas. Uma importante ajuda às empresas e às famílias para suportar a escalada de preços. Obviamente que são sempre necessárias mais políticas e medidas de auxílio e apoio principalmente aos cidadãos. Nesta fase tudo o que vier é bom e serve para aliviar a carga e a canga. E são nestas matérias sensíveis que exercer a chamada oposição requer consciência, verdade e, sobretudo, alternativa credível. Ser oposição não significa ser só resistência ou contestar por contestar. É também admitir as boas políticas e procurar caminhos para melhorar as condições de vida de quem a elegeu. Ora o que temos visto é um arrastar ao longo dos anos de uma mesma estratégia com base numa rivalidade doentia cujo resultado são quase cinquenta anos sempre no lado oposto. O Povo é soberano! Alguém duvida da lição dada pela Região no combate e controlo da pandemia em termos sanitários, reconhecida em todo o Mundo? Na ajuda financeira às empresas para ultrapassar o período pandémico? Nas medidas agora implementadas para atenuar as consequências de uma guerra? Podia ser ainda melhor, claro que sim. Mas já foi óptimo! Menos para a tal oposição que teima em ser apenas um obstáculo e não parte da solução.
Somos demasiado pequenos para andarmos em lutas tribais. Somos apenas cerca de duzentos e cinquenta mil almas a viver em duas ilhas que têm tudo para darem bons exemplos para o Mundo. Diria mesmo autênticas ilhas laboratórios nas mais variadas experiências. Basta que nos entendamos em matérias que nos une a todos. Questões como a saúde, a educação, novas tecnologias, transportes, finanças, direitos autonómicos devem merecer o consenso perante a centralidade Lisboeta. Reivindicar direitos não é fazer ruído perante o poder central. Trata-se apenas obter aquilo que nos pertence!
A história conta-nos que foram 500 anos colonizados sob os prazeres do centralismo. Foram muitos anos agachados e de pavor dos castigos. Não precisamos de novos agentes nem mandatários da República.