Criar (o) futuro (VIII)
O Dia Mundial do Ambiente celebrou-se, pelo 50.º ano consecutivo, no dia 5 de junho.
Para este ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) repetiu o tema lançado há 50 anos, – ‘Uma só Terra’ –, pois, pese as ações de proteção e preservação do meio ambiente estarem cada vez mais presentes na agenda política e no dia a dia dos cidadãos e empresas, mantém a sua atualidade recordar que o planeta Terra é a nossa única casa.
Nesse contexto, e porque a sustentabilidade urbana é encarada como aposta de futuro por parte da Câmara Municipal do Funchal, a Sociohabitafunchal, E.M. (SHF), assume também como sua a preocupação com o clima e futuro do planeta. Assim, no âmbito do seu funcionamento e intervenção comunitária tem desenvolvido, num processo dinâmico e adaptativo, algumas iniciativas que visam dar um contributo para um futuro mais sustentável.
Quero destacar algumas das ações e projetos desenvolvidos pela Sociohabitafunchal, E.M., no sentido de fazer parte do objetivo maior de “tornar o futuro das cidades num lugar melhor”, conforme preconizado no World Urban Forum.
E, antes de elencar esses projetos, tenho de destacar o trabalho e entusiasmo do técnico Marcelino Caldeira, que muito tem feito pela divulgação de boas práticas ambientais junto do público-alvo da atividade da SHF.
Assim, usando os seus ensinamentos, começo por referir a atenção dada à permacultura. Trata-se do planeamento e execução de espaços sustentáveis, significando “cultura permanente”, numa filosofia de trabalhar a favor e não contra a natureza, e criando comunidades sustentáveis, aliando design e ecologia.
Produzir três a oito vezes mais alimentos e, simultaneamente, potenciar a qualidade dos produtos agrícolas, bem como contribuir para reduzir o carbono na atmosfera para as gerações vindouras, é o caminho a semear!
Os solos nos Conjuntos Habitacionais da Sociohabitafunchal estão esgotados, pelo que, atualmente, fomentamos o enriquecimento dos solos por parte dos proprietários das hortas e jardins sociais, nos pomares comunitários de educação não formal e em todos os espaços verdes. Esta é a base da nossa atuação “Salve o Solo”. Para esse desiderato, exemplifico com, entre muitas outras ações, a execução de cartazes explicativos dos modos de salvar o solo, colocados nos pomares comunitários. Foi, igualmente, planeado e dados os primeiros passos para a concretização de sistemas de aproveitamento das águas pluviais das coberturas de Conjuntos Habitacionais.
Na presente data, está a ser preparada a recuperação do Pomar Comunitário de educação não formal do Palheiro Ferreiro, para que se possa iniciar a sua ativação produtiva e pedagógica.
Está, também, a ser estudada a viabilidade de conversão de um empreendimento habitacional no 1.º bairro social solar do país. Esta medida irá permitir a produção de energia elétrica através da energia solar e seu autoconsumo.
Para finalizar, pois poderia continuar a enumerar tantas outras medidas, teremos a participação da técnica Mara Silva no projeto europeu “Food Trails”, que permite a partilha de boas práticas ambientais com o objetivo de potenciar, junto dos nossos inquilinos e demais utentes, uma alimentação de qualidade e sustentável.
Estamos cientes que qualquer decisão individual em prol de um futuro mais verde fará a diferença, mas é a ação coletiva que criará a mudança ambiental transformadora que almejamos, num percurso feito de menor pegada ecológica, para uma Terra mais sustentável e justa.