A Guerra Mundo

Alemanha espera entregar sistemas de mísseis entre Julho e Agosto

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Foto EPA

A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse hoje que seu país espera entregar à Ucrânia sistemas de lançamento de mísseis "no final de julho" ou "início de agosto", depois de treinar as forças armadas no uso desse armamento.

"O treino para [o uso] desses mísseis pode começar no final de junho, para que a entrega possa ser no final de julho, início de agosto", declarou Christine Lambrecht à chegada à reunião de responsáveis pela Defesa da NATO, que se realiza em Bruxelas.

As declarações da ministra ocorrem depois de a Alemanha ter prometido entregar a Kiev múltiplos sistemas de lançamento de mísseis e munição guiada, no âmbito da terceira reunião do grupo de contacto de apoio à Ucrânia, organizada na quarta-feira em Bruxelas, e numa altura em que o chanceler alemão, Olaf Scholz, visita a Ucrânia, em conjunto com os presidentes francês, Emmanuel Macron, e romeno, Klaus Iohannis, e o primeiro-ministro italiano Mário Draghi.

Scholz continua a assegurar o seu apoio à Ucrânia, dizendo que a Alemanha é um dos principais contribuintes de ajuda financeira ao país, mas o certo é que tem prometido desde o início da guerra entregas de armas, que desde então ainda não se materializaram, o que lhe tem valido críticas quer na Alemanha quer na Ucrânia.

A ministra destacou que "serão três os sistemas com os correspondentes mísseis e o treino correspondente" o que irá ser fornecido à Ucrânia.

Lambrecht afirmou que, "para a Alemanha, é sempre importante realizar este apoio em coordenação" com os aliados e recordou que o seu país apresentou "uma proposta sobre como fortalecer o flanco oriental da NATO, com uma presença reforçada" na Lituânia, onde Berlim lidera desde 2017 o batalhão que a Aliança ali tem destacado.

"Na Alemanha estamos preparados para apresentar uma brigada de combate. Esta área não está isenta de perigo e vemos esse perigo, mas estamos preparados para dar este apoio a longo prazo. Agora trata-se de dar forma a esta proposta, encontrar outros aliados que se comprometam e estabelecer esta força de combate o mais rapidamente possível", disse, salientando que isto está acordado com o seu homólogo lituano e será hoje proposto na reunião da NATO.

Por sua vez, o ministro da Defesa da Letónia, Artis Pabriks, assegurou que se a NATO tivesse reagido "corretamente" à guerra de 2008 entre a Rússia e a Geórgia, a anexação russa da Crimeia não teria ocorrido em 2014.

"Se tivéssemos agido corretamente em 2014, não haveria 2022. Vamos agir corretamente agora para evitar a próxima guerra? Essa é uma grande questão e isso basicamente significa que precisamos do pré-posicionamento de mais forças armadas em países como os Bálticos", disse.

A ministra holandesa, Kasja Ollongren, pediu a cooperação contínua com outros Estados para "encontrar conjuntamente mais formas de fornecer à Ucrânia o que ela precisa" e enfatizou a importância de treinar os ucranianos no uso dos sistemas de armas.

O seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, salientou a necessidade de abordar o sistema de segurança "de forma global" e garantiu que a França continua empenhada na luta contra o terrorismo no Sael, alertando para as ações da organização militar russa Wagner naquela área.