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Autoridades devem repartir impacto da subida dos preços da energia

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Foto EPA/SEM VAN DER WAL

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu hoje em Londres que as autoridades fiscais europeias tomem medidas para "distribuir o impacto" da subida dos preços da energia.

"As autoridades fiscais vão ter de fazer o seu trabalho", afirmou Lagarde, durante um colóquio na London School of Economics (LSE), ao lado do presidente do banco Standard Chartered, José Viñals.

A economista francesa, que foi homenageada com um doutoramento 'honoris causa', sustentou que os bancos centrais suportaram na década posterior à crise financeira uma responsabilidade maior da que deveriam, "se as autoridades fiscais tivessem feito o seu trabalho".

Contudo, realçou que "a situação mudou recentemente", aludindo à resposta coordenada na Europa a nível nacional e regional para enfrentar os desafios colocados pela pandemia do novo coronavirus.

Perante a nova crise aberta pela invasão russa da Ucrânia e pela subida dos preços, Lagarde garantiu que o "mandato" do BCE vai ser continuar a garantir a estabilidade dos preços, "medida em relação a um objetivo de inflação de médio prazo de dois por cento".

Ao mesmo tempo, sublinhou que é responsabilidade dos governos "assegurar a distribuição dos impactos das dificuldades", resultante do aumento do preço da energia e que "os subsídios, descontos e incentivos" devem dirigir-se para "os mais vulneráveis e os que mais sofrem".

Este objetivo "não é algo que a política monetária possa conseguir", reforçou.